Thursday

tudo aquilo que aprendi cabe numa folha pequena de papel. num guardanapo simples, daqueles de um café qualquer. é tudo tão pouco que posso contar em um tempo tão curto como uma corrida de taxi. enquanto cruzamos a cidade, do ponto A ao B, tudo o que aprendi soará tão previsível, raso e insignificante como a história deles mesmos, meros imigrantes, meros taxistas. trabalhador, tudo aquilo que possuo é uma rotina sem sal, sem sabor, sem amor.
o tempo?
o tempo é curto e nem um sopro da minha história te faria prestar atenção, ser cativado por mais de trinta segundos ou pelo tempo de um semáforo fechado. o tempo é você quem vai julgar, enquanto que a mim... a mim mesmo há de curar.

tudo aquilo que aprendi cabe numa folha pequena de papel. num guardanapo simples que pode ser jogado ao tempo, ao vento.
assim, pode ser que o vento o leve longe e alguém muito distante ache. em meio a um vendaval como nunca antes visto naquele povoado, em meio a ventania que antecede uma enxurrada de mudanças para quem ali vive.
e talvez assim a minha cura, só talvez... seja que tudo aquilo que aprendi seja desdobrado e desdobrado e desdobrado. recontado para o resto daquelas vidas.




Nova Iorque, 18 de Abril de 2012.

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