Comecei achando
que seria cantora. Era completamente apaixonada por Axl Rose e seu estilo de
vida.
Dez anos depois,
aos 17, eu era estagiária de redação em
um agência de marketing direto. Um ano mais tarde
comecei a me interessar pelo que tinha ali fora do prédio e larguei tudo: fui
pedir estágio na O2 filmes.
Depois de ser
terceira assistente de produção nos comerciais de Delícia, Doriana e Qually,
percebi que a vida não era um comercial de margarina. Então peguei um ônibus,
fui até a DM9DDB e entreguei meu currículo para a recepcionista. Depois de duas
semanas eu começaria a minha jornada de quatro anos na agência.
Nesse meio tempo
me formei na FAAP em Publicidade, fiz triathlon, corrida, jazz, squash,
mochilão na Europa e uns curtas-metragens. Até que um belo
dia comecei a me interessar pelo que tinha ali fora do Brasil e larguei tudo:
fui morar 3 meses em Los Angeles e estudar cinema.
Em agosto de 2005
volto para o Brasil e percebo que não sou feliz se não puder viajar e ver o que
tem pra ser visto. Então vislumbro minha
vida mais ou menos assim: uma vez ao ano saio do país e passo um mês, o tempo
das minhas férias do trabalho, lá fora.
Não. Eu não tinha
um trabalho fixo nesta época. Eu era uma montadora freelancer. E sim, querer ver o mundo pode parecer uma contradição para quem gosta de ficar numa sala escura e fria o dia inteiro.
Foi nesta tensão que descobri que a Internet é a melhor coisa do século. Assim como blogs,
opiniões, tendências, moda, conteúdo e planejamento.Por isso me
inscrevi num concurso e fui selecionada para trabalhar no Talent Lab.
Nesse meio tempo
conheci o Peru, voltei a Buenos Aires e quero mais um verão na Europa (meu sonho, bem
na verdade, é fazer uma viagem só indo atrás de festivais de música, cinema e
publicidade).
Hoje ainda moro
com minha família, tenho uma quase-nova na Agência Babel, acredito na Internet e em
alguns seres humanos, e meu namorado atual está indo morar fora do país. Bem. Ainda bem
que o futuro e o amor são digitais.
Já disse Daft Punk.