Tuesday

Mas hoje eu senti saudade.

Hoje quando as meninas saíram de casa, depois de aprovarem o apê, eu quis te contar.
Eu fiz o meu email mental para você, escolhi as frases e as conclusões. Pensei nas interjeições e na conclusão positiva de tudo que é novo, como eu sempre fazia neles.
Mas daí me deu uma tristeza, porque quando ele estava quase inteirinho pronto na minha cabeça.... eu tive de deletá-lo.
Porque não ia escrever. Porque não ia contar. Porque você não ia saber. E por mais que ambos estejamos vivendo momentos de vida muito similares, por mais que ambos estejamos fazendo novas malas e se desfazendo de antigos móveis, você não iria saber. Você não iria ler. Você não iria me sentir. Porque eu não ia dividir.
E isso me deu uma tristeza.
Porque as minhas conclusões positivas não sairiam da minha boca com o orgulho e o brilho nos olhos que antes saíam quando elas sabiam que alcançariam você.

Hoje quando as meninas saíram de casa, depois de aprovarem o apê, eu tomei um banho quente. Eu lavei o cabelo com o Shampoo europeu. Eu escolhi a roupa três vezes e optei pela qual me valoriza mais. Eu usei maquiagem. Eu escolhi ir de sapato novo. Eu me enebriei do perfume favorito.

Eu sentei na frente do computador.
Eu trabalhei.
Eu fiz para meu futuro ano.
Eu liguei e fui a pessoa mais doce do mundo.
Eu busquei paz na minha própria voz.
Eu tive que me ouvir.

Mas hoje.
Hoje.
Hoje eu senti saudade.


(and i wish you could feel that too.)

Unlove.

Fechei todas as suas abas, e não quis mais abrir.

Spit.

Li em 3 segundos, desliguei o iPhone e sorri para o cliente.

Friday

Taste it. Toast it!



Um dia me disseram que Vinho Tinto era bom pro Coração.
E eu acreditei.

Saturday

Aura.

eu estava postergando.
mas é quase impossível não verbalizar.
porque eu não verbalizei esses dias todos, esses últimos cinco dias todos...

tem uma dor aqui perto, bem perto do coração, entre a pele e a carne.
uma dor da amiga de alma, uma das tão raras, ter ido morar longe.
mas não um longe de 'te vejo daqui três ou seis meses'. um longe de três anos ou mais.
um longe de uma distância que nem sei mesmo ao certo qual é, mas eu juro pra você que essa dor me caiu diferente.

e diferente de todas as distâncias que você lê aqui.

é uma distância de dor e repleta de amor.
e de felicidades: porque assim, aqui, eu ajeito meus parênteses para também seguir com meus próprios sonhos e realidades.

mas, Aura, me dói entre a pele e uma carne que tá cheia de sangue de uma saudade de sabe-se-deus-o-porquê-fez-se-tão-real.

e a saudade existe, a respeito e por isso a escrevo.

a ida d'ela Déa, de um pedaço d'alma, do amor na inteligência, da afinidade no olhar, da cumplicidade do abraço, das frases cuspidas de dentro, do companheirismo do breve telefonema, do riso descompromissado, do sorriso de dentro.

e da risada que me revela viva...
... a de uma presente ida me dói.

ao mesmo tempo que é tão linda.
ao mesmo tempo que é tão viva.
ao mesmo tempo que é tão meu amor carregado junto numa bagagem para novas histórias.
ao mesmo tempo que é a simplicidade de uma amizade que amarra tudo.

e que será mentira se eu disser a você que minha vida continua igual.

porque ela simplesmente não continua:

ela renasce.

porque assim me reconheço em minha própria vida que me responde: é mesmo LINDA a beleza da SIMPLICIDADE.