Wednesday

Este é feito especialmente para você.

Parecia que não ia chegar nunca.
Eu esperei tanto por este momento, mas tanto, que tinha até esquecido da cor e do cheiro mentalmente programados para quando chegasse.

Hoje eu posso dizer com tranquilidade no coração que você não é e nem vai ser a pessoa que eu quero para compartilhar a vida comigo.
Parece que esperei dois anos e muitos relacionamentos dividida entre o você aqui de dentro e as pessoas reais comigo, lá fora. E você, de uma certa forma, sempre ganhava.

Não ganha mais.

Parece que tive que voltar quase dois anos atrás, sentir você de novo com suas desculpas e meus ouvidos alertas. Hoje, muito mais sóbrios e afiados do que já foram.

No domigo de manhã eu te matei, meu anjo.
Eu te matei aqui dentro e te agradeço profundamente.
Tuas palavras escolhidas a dedos me soaram tão opostas daquilo que tenho em mim, daquilo que sou que... que... você me deu uma arma. E desta vez, eu atirei confiante e acertei em cheio.

Não sei quem de fato és e, pelo que conversamos, pelas coisas que eu te disse que fizeram-te assumir a minha razão, acho que também não sabes. E talvez, nem tivesse te dado conta.
Penso assim, e assim não pega tão mal para sua não-presença.

Que já não me fazia falta. Que já não é surpresa.

Estou livre de nós, daqueles possíveis nós. Acabou. Defini aqui dentro onde é o seu lugar: fora. Fora da minha vida. Parece que não existe mais sentido pra guardar uma história em uma manga. Não tenho mais medo da vida e não vejo, definitivamente, em você um escudo ou proteção. Nossas fidelidades não são as mesmas. Parecia que o nosso não ia chegar nunca e agora temos o nosso grande divisor de águas.

Na manhã deste domingo já passado, vi na sinceridade de suas palavras a covardia mais pura e doce que existe: a de garotos.


Foi um dia muito importante para nós.
O dia em que finalmente arranquei você de mim. Fechei e tranquei meu portão.
Você não entra mais.

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