Entrou no espaço.
Nunca mais voltou.
Era o começo de tudo aquilo que ela queria finalizar.
Saturday
Tuesday
Saturday
Tudo aquilo que ela não queria.
Foi se passando assim como gata manhosa. Existia, mas não queria ser encontrada. Seu prazer ficava escondido em um lugar que poucos conheciam. Na verdade, ela quase não se achava mais. Até que um dia a viram. Estava viva. Mas não como antes. Foi tão triste.
Trap Friendship.
Hoje uma das minhas melhores amigas contou que está indo morar na Europa, de novo. Fica lá por, no mínimo, dois anos. Ela já comprou tudo. Vai em Agosto e neste mesmo Agosto eu estarei lá.
Não vamos nos ver, não vamos nos despedir.Não é a toa que essa música não me sai da cabeça.
Amizade-armadilha é assim. Rara, bonita. Daquelas que você entra e não sai mais.
O problema? É que doi, de novo.
Wolf Trap Motel, por The Husky Rescue.
I welcome you to wolf trap motel
So this will be...
So this will be your home and shelter
Your home and shelter...
No need to check-in
No need to put your name on papers
And you can leave whenever you want
Whenever you want
Leave on Monday
Leave on Tuesday
Leave on Wednesday
Leave on Thursday
Leave on Friday
Leave on Saturday
Leave on Sunday
Leave on Monday
Leave on Tuesday
Leave on Wednesday
(...)
Não vamos nos ver, não vamos nos despedir.Não é a toa que essa música não me sai da cabeça.
Amizade-armadilha é assim. Rara, bonita. Daquelas que você entra e não sai mais.
O problema? É que doi, de novo.
Wolf Trap Motel, por The Husky Rescue.
I welcome you to wolf trap motel
So this will be...
So this will be your home and shelter
Your home and shelter...
No need to check-in
No need to put your name on papers
And you can leave whenever you want
Whenever you want
Leave on Monday
Leave on Tuesday
Leave on Wednesday
Leave on Thursday
Leave on Friday
Leave on Saturday
Leave on Sunday
Leave on Monday
Leave on Tuesday
Leave on Wednesday
(...)
Natalia Magdalena, 121 days ago.
Dai fui para um apartamento
Que tava todo grafitado
E um monte de lata de spray no chão.
Fiz um PoodleMen e fui para o aeroporto.
Barcelona
Todo mundo abandonou alguma coisa para estar ali.
Que tava todo grafitado
E um monte de lata de spray no chão.
Fiz um PoodleMen e fui para o aeroporto.
Barcelona
Todo mundo abandonou alguma coisa para estar ali.
Wednesday
6 de Dezembro de 2016
Eu tenho essa ideia de vida de artista. Nela, eu sou linda e magra e charmosa e criativa. Criativa eu disse. Eu moro na Europa, em algum país nórdico. Suécia ou Dinamarca. Eu fiz a minha tatuagem na Dinamarca, sabia? Essa, do coração no meu pulso. Enfim. Na minha vida de artista na Dinamarca ou na Suécia eu sou parecida com a eu daqui da vida real... no sentido de estágio da vida. Eu não sou rica. Eu não sou famosa. Talvez com certo sucesso mas longe de ser hot or big shot. Eu sou striving, não achiever. Mas achei meu nicho, nessa minha vida fabricada. Eu sou convidada para openings, tenho um grupo de amigos e vez ou outra saio com pessoas que conheci aqui ou acolá. Não sei se sou casada, divorciada, solteira ou apenas tenho um namorado. Mas sei que já não sofro mais. Porque, convenhamos, na minha vida real eu já sofri demais. Esse blog comprova. E como. Continuando: nessa vida de artista na Dinamarca eu sou legal. Sou simple e easy going. Eu amo meus amigos. E eles me amam. Por que? Porque temos tempo um para o outro. Trabalhamos duro, mas vivemos também. A vida fabricada não é gerida pelo trabalho e por meu marido, como na minha vida real. Eu me sinto jovem e leve. Não tenho dores nas costas de carregar o mundo dos meus clientes na lombar. Tenho dores no coração -- de saudades e talvez até de amor. Pois sinto saudades de não ter mais essas dores. Outro dia eu disse para o meu marido: "Desde que estamos juntos a minha tristeza foi embora só que o problema é que junto com a tristeza foi também a minha inspiração." . Eu estou te dizendo, a minha vida (real) não é fácil. Mas a minha vida de artista-striver é. Ou é, pelo menos, mais divertida. Mais sofrida. Mais amada. Mais leve. Definitivamente mais alegre. Sabe, tem essa dor dentro de mim (eu real). Uma dor de perda. Todos os dias eu perco a vida um pouquinho. E a vida me perde um pouquinho. Seguimos assim, nos perdendo. É legal quando nos achamos. Mas dura pouco. Pois nos achamos nas memórias perdidas do meu passado. Só pra depois eu ficar órfã de mim mesma, de novo. Tenho certeza que eu na versão artista saberia o que fazer com isso. Sinto-me tão sufocada. Quero comprar uma passagem, sozinha, alugar uma casa, sozinha, e lá viver por um mês. Aceitarei visitas. Só não conte a ninguém qual "eu" você foi visitar.
Friday
Tuesday
Sunday
2008 - Biography.
Comecei achando
que seria cantora. Era completamente apaixonada por Axl Rose e seu estilo de
vida.
Dez anos depois,
aos 17, eu era estagiária de redação em
um agência de marketing direto. Um ano mais tarde
comecei a me interessar pelo que tinha ali fora do prédio e larguei tudo: fui
pedir estágio na O2 filmes.
Depois de ser
terceira assistente de produção nos comerciais de Delícia, Doriana e Qually,
percebi que a vida não era um comercial de margarina. Então peguei um ônibus,
fui até a DM9DDB e entreguei meu currículo para a recepcionista. Depois de duas
semanas eu começaria a minha jornada de quatro anos na agência.
Nesse meio tempo
me formei na FAAP em Publicidade, fiz triathlon, corrida, jazz, squash,
mochilão na Europa e uns curtas-metragens. Até que um belo
dia comecei a me interessar pelo que tinha ali fora do Brasil e larguei tudo:
fui morar 3 meses em Los Angeles e estudar cinema.
Em agosto de 2005
volto para o Brasil e percebo que não sou feliz se não puder viajar e ver o que
tem pra ser visto. Então vislumbro minha
vida mais ou menos assim: uma vez ao ano saio do país e passo um mês, o tempo
das minhas férias do trabalho, lá fora.
Não. Eu não tinha
um trabalho fixo nesta época. Eu era uma montadora freelancer. E sim, querer ver o mundo pode parecer uma contradição para quem gosta de ficar numa sala escura e fria o dia inteiro.
Foi nesta tensão que descobri que a Internet é a melhor coisa do século. Assim como blogs,
opiniões, tendências, moda, conteúdo e planejamento.Por isso me
inscrevi num concurso e fui selecionada para trabalhar no Talent Lab.
Nesse meio tempo
conheci o Peru, voltei a Buenos Aires e quero mais um verão na Europa (meu sonho, bem
na verdade, é fazer uma viagem só indo atrás de festivais de música, cinema e
publicidade).
Hoje ainda moro
com minha família, tenho uma quase-nova na Agência Babel, acredito na Internet e em
alguns seres humanos, e meu namorado atual está indo morar fora do país. Bem. Ainda bem
que o futuro e o amor são digitais.
Já disse Daft Punk.
Friday
December 11, 2014 - Agency Party
- Where is your heart?
- ... In Brasil.
- I've figured so... See? That's my Superpower.
Thursday
September 17, 2014 - Bride.
September 17, 2014 .
Today, I looked myself in the mirror and I saw an honest happiness. A true, sincere, honest happiness. It was a re-discovery night, a night between me and myself.
I said: "I feel extremely comfortable with this one. Because this one is who I am today. But this other one is who I want to be." I bough the latter.
It is gorgeous.
It embodies living in New York as I intended it to be. The type of dress you can only wear in a wedding in New York. It has finesse, tradition, modernity and the perfect balance of a silky-seduction in a bold statement.
It allows me to finally explore my body (and confidently celebrate it) as I'd never done before.
And yet, it is so... damn... chic.
It's the 50s decadent star laying in a couch smoking a cigar. It's a spin of Gloria Swanson's Sunset Boulevard, but played by Julia in New York in 2014 when she's 31 years and a slim body.
I do hope my choice for this dress sets the tone and spirit for my married life.
I now totally understand what fashion and self-reflection really mean.
Today, I looked myself in the mirror and I saw an honest happiness. A true, sincere, honest happiness. It was a re-discovery night, a night between me and myself.
I said: "I feel extremely comfortable with this one. Because this one is who I am today. But this other one is who I want to be." I bough the latter.
It is gorgeous.
It embodies living in New York as I intended it to be. The type of dress you can only wear in a wedding in New York. It has finesse, tradition, modernity and the perfect balance of a silky-seduction in a bold statement.
It allows me to finally explore my body (and confidently celebrate it) as I'd never done before.
And yet, it is so... damn... chic.
It's the 50s decadent star laying in a couch smoking a cigar. It's a spin of Gloria Swanson's Sunset Boulevard, but played by Julia in New York in 2014 when she's 31 years and a slim body.
I do hope my choice for this dress sets the tone and spirit for my married life.
I now totally understand what fashion and self-reflection really mean.
Friday
November 2, 2013 - Shuttle towards JFK
"Unleashing a passion can transform a life." Quiet, The Power of Introverts
September 26, 2013 - Subway
Hoje senti o perfume mais gostoso e delicioso e reconfirtabt de uma senhora sentada ao meu lado no trem.
Quis abraçar ela.
March 25, 2014 - Chinese Restaurant
Hoje o Martin me pediu em casamento. Hoje hoje hoje. Acho que vai ser bonito. Estou mais feliz e inteira. Hoje hoje hoje. Não sabia que seria simples assim. Me sinto mais adulta e também mais próxima dele. Hoje hoje hoje.
Sinto-me abraçando o mundo, e sinto um novo mundo me abraçando. Hoje hoje hoje.
April 20, 2014 - Hospital
Somos amigos, lindos e bem sucedidos. Tomamos os nossos drinks, fazemos os nossos dinner parties, rimos alto em nossos brunches. Fazemos viagens inesquecíveis, trocamos desabafos, nos conectamos em outro nível. Temos muito em comum. Temos fotos incríveis juntos. Somos amigos, lindos e bem sucedidos. Até alguém ficar doente. Somos amigos até a página dois.
Thursday
Human in my dream.
Podem me chamar de louca, mas essa noite sonhei com Brandon Flowers e acordei apaixonada.
O problema? Acordei apaixonada sem o objeto de minha paixão, sem Brandon e muito menos Flowers.
O problema? Acordei apaixonada sem o objeto de minha paixão, sem Brandon e muito menos Flowers.
Wednesday
Médico.
Hoje vi um médico sentado no metrô. Quis sentar ao lado dele e perguntar:
- Como foi o seu dia?
- Como foi o seu dia?
Saturday
Agência.
Agência, sexta-feira, 8:30pm.
lugar novo e enorme. 28th com a park. fino. tudo vazio. sexta-feira. todo mundo foi embora. tem uma caixa de som instalada bem ao lado da minha mesa. pra tocar som 'ambiente', bem coisa de fino. bem nova iorque. noto uma última pessoa na agência. e eu. o som aumenta. o som na verdade está muito alto. é heavy metal. pior, é uma estação tosca de rádio que toca heavy metal e tem péssimos spots. bem rádio. ponho o fone. Spotify. Wild Nothing. último volume para não ouvir o heavy metal. tiro o fone. algo me pareceu familiar. November Rain. lembro do Maksoud Plaza.
lembro da praia.
lugar novo e enorme. 28th com a park. fino. tudo vazio. sexta-feira. todo mundo foi embora. tem uma caixa de som instalada bem ao lado da minha mesa. pra tocar som 'ambiente', bem coisa de fino. bem nova iorque. noto uma última pessoa na agência. e eu. o som aumenta. o som na verdade está muito alto. é heavy metal. pior, é uma estação tosca de rádio que toca heavy metal e tem péssimos spots. bem rádio. ponho o fone. Spotify. Wild Nothing. último volume para não ouvir o heavy metal. tiro o fone. algo me pareceu familiar. November Rain. lembro do Maksoud Plaza.
lembro da praia.
Thursday
Saturday
Me, Michel & New York.
Não existe nada como o gosto do presente.
Do agora. E de se dar um presente, agora.
Hoje eu vi, ouvi e conversei com Michel Gondry. Ele cria tensões como ninguém. Descreve emoções lindamente. E é tão timido. Falei do Brasil, dos amigos, da legião de fãs que ele tem aí (vocês, no caso) e confessei o fato de que, aos meus puros olhos de poesia inventada, ele é o melhor diretor de cinema moderno.
Vi uma surpresa e um brilho nos olhos de quem - surpresa! - sempre causou isso em mim. Dei o troco. Retribuí. Done. Temos. Foi bonito.
A vida fez mais sentido. Eu vivi meus amigos. Revisitei emoções. Num momento e espaço só meus.
O meu presente.
O meu agora.
O meu 'thank you so funking very much for bringing me here', mas dito para mim mesma.
Much love,
Julia, Michel and New York City.
Tuesday
Sunday
Monday
São Paulo, saída de cinema.
Passos largos, destino nos olhos e meio-sorriso no rosto. Enquanto passava pela porta, ali entre o degrau e a calçada, com um dos pés ainda no ar, ouve:
-Acho que acabei de encontrar o amor da minha vida.
Frevinho, saída.
- Você!
- Ahm...
- Puxa! Será que a gente podia, bem, queria... bem, será que a gente...
- Não posso, moço. Sou casada.
Friday
You owe me.
Outro dia me perguntaram o que era a raiva.
Eu disse: "desmarcar uma passagem para o Japão, na viagem que seria a viagem da sua vida."
Monday
Friday
Nas nossas manhãs.
então esse sábado acordei e finalmente tive coragem de deletar meu blog antigo.
tinha quase o mesmo nome que esse, o mesmo layout. mas tinha também coisas que não cabiam mais.
reli uma média de 270 posts, desde novembro de 2006, quando ele ainda era "entre cortes, passagens e cores". gostava desse nome. gosto até hoje.
para as pessoas que contei ter feito, recebi olhares assutados em troca: "...mas tudo fez parte da sua história. foi o que passou, não se deleta passado!"
de fato, guardar "aquilo que foi" pode nos nortear, e até aliviar. um registro online foi deletado, mas nunca aquilo o que foi vivido.
aqueles posts e textos que realmente gostava e que ainda são pertinentes, atemporais, permanecem. assim como os que ainda adoro, muito...
e daí têm aqueles que ainda estão aqui, dentro, pra sempre arquivados no lugar mais seguro existe.
Last Night Party / set08
ele:
bom dia!
como se portaram pedro, bjorno e joão?
eu:
aaaaaaeeeee foi liiiindo. mas posso falar? shout out louds tocou antes. foi tao lindo quanto. juro juro juro. a noite valeu cada segundo. parecia que a gente tava na europa, sabe? clube pequenininho, meio vazio, para raros.
fui com amigos, dancei, ri, tava feliz. feliz mesmo. de ver bandas que eu gosto, tocarem musicas que eu gosto e obvio que corri pra frente pra cantar bem perto deles "i ammmmmm more meee". as you said i should ;)
e PB&J são loucos-malucos. e sao todos lindos no palco.
alem disso, eles brincam em trabalho: páram a musica no meio, cantam jorge ben, falam portugues, voltam a musica, gritam, quase se jogam, levantam o povo e, nossa, de morrer.
alias, ontem, eu poderia dizer que me senti completa. por um momento só, que fosse, mas me senti. foi bonito. bem bonito.
parecia europa. parecia uma viagem entre amigos.
foi legal.
e fiquei feliz.
e, hm, nasci pra ser tiete. prontofalei ;)
e não me venha falar da europa! / ago08
from *See you in the morning by *juju*
em seis meses vamos precisar de visto para visistar londres ou qualquer cidade da inglaterra.
a mídia não está falando muito disso, mas é verdade. na verdade, o único veículo que fala é o estadão. e a cbn, que foi minha fonte.
então estou eu, voltando pra agência e ouvindo esse absurdo no rádio. ao final da reportagem, eles ainda dizem que a obrigatoriedade de visto de turismo se extende para todos os países da união européia.
sim: todos!
tô passada, puta, também indignada como a cbn e a droga do meu passaporte italiano vai demorar muito, mais muito tempo.
adeus reveillon em alto estilo, férias animadas com festas no verão europeu e, by the way, esqueçamos paris!
pra melhorar, subo na agência e os meninos me perguntam: "julinha, você tem umas amigas assim?"
eram fotos de uma mega-jam balada na frança. ou suiça. ou suécia, ou inglaterra, ou irlanda, ou italia, ou espanha, ou alemanha, ou a vá pra puta que pariu esses lugares.
não me venha falar de europa!
tô triste mesmo, e daí?
e humpf! esses malditos britânicos de meia-tigela!
calçada da vila olímpia não é lugar para andar de paquera! / ago08
from *See you in the morning by *juju*
ah, mas que saco, "dá licença por favor?": calçada da vila olímpia não é lugar pra andar de paquera!
andam a dois por hora, todos cheios de nhénhénhé, de mãozinha dada, ocupando três espaços, olhando as vitrines inexistentes e ai, que saco. eu tô com pressa, com fome, ainda preciso passar na farmácia e no sapateiro.
não é pra andar com paquera, empaca tudo, entope tudo, e ainda fica uma fila atrás do pessoal da firma se gabando da apresentação em power point que estava lindona.
pior: todo mundo vestindo cinza.
não dá. vapapú e vão andar de paquera em outro lugar, de preferência bem longe de mim.
aqui a calçada é pequena demais para nós dois.
humpf!
(e ainda me fazem chegar tão irritada do almoço que erro o andar da agência!)
Thursday
as coisas têm mudado... / jul08
muito, ultimamente.
estou num momento de assimilar e por isso ando meio calada.
já estou de volta, desde o dia 1.
meu aniversário foi bem bonito. meu trip-mate me levou em uma loja-luxo, depois compramos mimos alimentares no marks&spencer que tanto amo e eu quase - quase - desmaiei no meio do lugar. estava realmente, realmente faminta.
daí, com toda a agilidade de um trip-mate, ele passou a mão em uma cestinha de baguetes e me deu: "come."
fomos para o hyde park e por lá ficamos tomando sol, um pouco dormindo, um pouco acordada, entre um telefonema e outro. umas duas horas e um sol forte. foi bonito e era meu aniversário.
no final da tarde recebo um email que me enche de emoção. já disse que eu adoro o pessoal da babel? claro que já disse. eles fizeram uma coisa muito, muito doce.
depois do meu surto no ponto de ônibus, sentamos calados enquanto eu sorria, olhando londres passar pela janela, até chegarmos no london eye.
foi bonito. fazia frio e o céu estava alaranjado. ainda era nove da noite.
sentamos ali no bar do southernbank e tomamos uma boa garrafa de vinho rosé. francês, porque a frança decidiu nos perseguir. e por hora eu decidi deixar.
voltamos para casa.
no dia seguinte voltaríamos para paris (esqueça paris, menina!) para eu voltar a são paulo.
tenho saudade.
a saudade da viagem, a saudade da companhia, a saudade da minha serenidade. não, não que eu não estivesse prevendo isso. veja, já fiz algumas coisas asssim para saber como funciono.
mas, essa... essa foi...
gênia?
veja...
as coisas têm mudado um pouco...
Sunday
just for the records / jun08
tudo anda bem.
estamos em londres, com algumas pequenas (pequenas, nada, grandiosas) mudancas de planos. mas tudo anda bem.
depois escrevo melhor.
mas fato eh: a tate eh de morrer (novidade), o tempo ta terrivel (novidade) e to, assim, tipo, bem feliz (apesar de pesares).
depois conto melhor.
amanha eh meu aniversario.
me liga?
a casa que nunca tivemos / jun08
from *See you in the morning by *juju*
a casa que nunca tivemos é toda de vidro e madeira branca, num lugar muito, muito alto e distante.
a casa que nunca tivemos tem vista para o mar. lá fora, no deck de madeira escura, uma espreguiçadeira branca.
a casa que nunca tivemos recebe grandes festas que duram até o dia seguinte.
a casa que nunca tivemos recebe amigos que nunca tivemos.
aquele casal que tanto gostamos, tão entendidos de vinho e vida, assim como nós.
a casa que nunca tivemos recebe também flores que colhemos juntos, quando subimos ali na colina nas tardes frias de junho. nessas tardes, sempre que voltamos para casa, você me faz parar ali na trilha, me abraça e sussurra no ouvido:
"não é mesmo linda, a nossa casa?"
a casa que nunca tivemos vive do nosso fogo, não havendo espaço para mais
ninguém novo ou passado em nossos corações. ela é repleta de paz e harmonia, formada exclusivamente pelo nosso dia-a-dia.
a casa que nunca tivemos é toda de vidro porque somos honestos.
a casa que nunca tivemos tem madeira branca, porque somos sólidos.
a casa que nunca tivemos está no alto, distante, porque podemos seguir.
Wednesday
teu vazio na janela da minha vida. / dez07
eu juro por deus que hoje tive vontade de te esganar. te esganar como nunca o fiz, até arranhar minhas unhas na tua barba e repuxar todos esses teus pêlos do rosto.
subir lentamente até teu nariz e socá-lo, socá-lo até escorrer todo o catarro e o pó já cheirado.
me empurrar até seus olhos, olhá-los bem de perto e cuspir. de novo. e de novo. bem dentro.
enquanto isso, uma mão minha te arranharia a testa, deixando uma cicatriz tão grande quanto a que deixaste em mim. uma cicatriz que te dê vergonha, que te dê ânsia própria toda vez que olhares no espelho.
hoje tive vontade de te esganar e o fazer engolir teu próprio sangue e gozo. vermelho, ah, o vermelho que você tanto gosta. o drama, a licença poética. o seu vermelho, enfim.
te esganar até você quase morrer, só para logo depois do susto do quase, como numa orquestra mal ensaida, sussurrar ao meu ouvido "eu sinto tanto a tua falta na minha vida".
eu enfim te viraria um tapa na cara, bem dado, redondo, onde uma poça preta se formaria para refletir tua imagem nojenta.
um tapa com muita dor, por todos esses dias, meses e anos que me fizeste passar. e daí, e só aí, eu terminaria de te arrancar essa barba morta, que sairia junto com tua pele seca do meu cal, para te deixar em carne viva. inteiro. inteiro em carne viva. da sua pretensiosa cabeça aos teus prepotentes pés.
aos teus pés. até eles eu desceria pelas tuas pernas, te maltratando, te arrancando tudo o que tivesse por vir, pêlo por pêlo, lembrança por lembrança, e tudo o que tens. principalmente o que tens.
e nos teus pés eu então me acalmaria. e choraria.
choraria todo o desespero e a dor, a vergonha e a solidão, o ambandono e mais tudo o que nunca me permiti desabar, desde que você partiu.
chorar até eu quase morrer, só para logo depois do susto do quase, como numa orquestra mal ensaida, sussurrar ao teu tão longe ouvido "eu sinto tanto a tua falta na minha vida".
Posted by *juju* at 22:06 4 comments Links to this post
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Grande coisa! / jul07
É, definitivamente, uma bosta.
Uma BOSTA.
Uma B-O-S-T-A.
Não tem como, cansei, não dá mais pra fingir que nada tá acontecendo, que é assim mesmo, normal, recorrente, esperado, e que acontece com o mundo.
Porque é exatamente por tudo isso que é assim, uma bosta.
Uma bosta você vai lá e conhece o moço. Papo vai, papo vem e ele acaba pedindo seu telefone. Ou o do seu cachorro. Ou o da sua irmã. Do chefe, melhor amiga, mãe, cozinheira, qualquer coisa. Mas dá um jeito de chegar junto. E chega.
Pois bem. Daí, depois que tudo acontece, todas aquelas delicinhas bestas, paparicos medíocres e tão perfeitos, amorzinho pra cá, doçurinha pra lá e então, suddenly, acaba.
Não interessa porque, quem com quem, quando, depois de quantos meses e anos juntos, se nevava ou era seca no sertão. Mas acaba. É assim mesmo, aparentemente sem mais nem menos. Porque sempre tem um motivo, tem que ter um motivo maior, deve haver um filho da puta de um motivo gigante que justifique.
Que justifique esse chiclete que vai-e-vem que é a nossa vida cheia de relacionamentos. Esse chiclete que vai-e-vem que é a droga da nossa cabeça neurótica e feminina e fadada aos problemas medíocres dessa sociedade vazia que eu vivo. Não sei você, prezado leitor, mas eu sim.
Medíocre vidinha essa de acordar, se enfiar num trabalho que o povo se mata pra ganhar milhões e nunca ganha. Medíocre vidinha que o parceiro ali do outro lado da mesa fica o tempo todo no youtube e no messenger e ganha o triplo. Medíocre vidinha essa de aparências sociais que me faz cada dia cavar um pouco mais do meu buraco e me fechar – confesso que ontem quase o confundi com uma vala.
Pára o mundo que eu quero descer, que eu cansei da brincadeira de mise-en-scene meu, seu, e de quem mais quiser subir nesse palco. Aproveita que o ingresso hoje tá de grátis, promoção de inauguração.
Voltando à bosta. Não, não, prezado leitor. Me desculpe: à BOSTA.
À B-O-S-T-A.
Cá estamos nós, mais uma vez se desvencilhando de dores e amores que não deram certo, de encontros e desencontros (e se citar Vinícius, leva!), de dor de cotovelo, de corno, de bexiga, de cistite, de pau-pequeno, de peito murcho, de qualquer coisa que você quiser chamar. Mas desvencilhar dói e isso é um fato.
Que piora oitenta e sete por cento se você somar a isso uma sociedade medíocre e ordinária. Porque quando você tem a oportunidade de se abster dela por 24hs, percebe o quão medíocre, ordinária, vazia e calculista a sua pessoa também se tornou.
A solução então é morar no campo, na praia, na rua, na chuva ou numa casinha de sapê? Não, ó estimado leitor, não é. Quer dizer, acho que não é...nunca morei, porra, como é que eu vou saber?
A solução é tentar...tentar...tentar reparar os erros cometidos durante os surtos medíocres e indecentes, imersos num contexto concreto e cinza. Muito cinza. Bem cinza. Totalmente cinza.
Com uma pitada de vermelho-luxúria que sempre fode tudo.
Naquelas 24hs de consciência, naquelas 24hs que você se propõe a ajudar de verdade o mundo, as mesmas 24 que você ama assistir Animal Planet sem se sentir sozinha (porque, me desculpa, mas é praticamente impossível você assistir a uma búfala parindo na Nova Zelândia e uma zebrinha pulando na África e não se sentir a pessoa mais sozinha do mundo). Pega essas 24, lembra dos 24 mil surtos que você-versão-mulher-barbada-gigante-elástica-canibal-animal-aberração cometeu sem o menor peso na consciência e com o rei e o príncipe e o reinado inteiro na barriga, e se redime.
Só não pergunta como. Eu também não sei.
Só sei que é uma bosta.
Essa grande bosta: a vida na cidade grande, no mercado da comunicação, desse povo lindo e descolado, no bairro mais burguês do país.
G-R-A-N-D-E B-O-S-T-A.
Mirror_1,11 / abr07
- você de novo?
- como vai você?
- com licença.
- como vai você, eu disse.
- com licença, eu disse. será que você pode ir embora?
- não.
- por favor, olha, já te pedi pra sair daqui.
- eu não vou sair, me desculpe. aqui também me pertence e aqui também é meu jardim.
- ah mas não é mesmo!
- é, criatura! é meu jardim, com minhas flores que eu mesmo plantei com o seu solo e nossa água.
- sim, muito obrigada. você realmente fez um trabalho lindo. mas já pode ir porque já deu frutos, flores, já colhi, já deixei apodrecer, já um monte de coisa. sai?
-não.
-o que você quer de mim?
- você.
- eu não.
- você sim.
- eu não posso te dar eu porque se te der fico sem ninguém.
- te ofereço essas rosas.
-nossa, mas quanta ousadia a sua, não? me oferece as rosas que meu próprio jardim deu!
- nã-não, tsc, seu jardim as acolheu. eu coloquei a semente, emprestei sua terra e regamos juntos.
-bem, ok, sai?
-não saio. e ainda te digo mais: não saio porque isso aqui só acaba, as flores só morrem, e a seca só impera, quando você disser que é para acabar.
-bem, que acabe, então!
- não é assim.
- mas puta merda! tudo o que eu faço é incompleto, tudo o que eu faço não é saudável, tudo que eu tenho tem um dedo seu. que saco, porra. merda.
- preciso te dizer uma coisa.
- diz e sai.
- não vou sair. preciso te dizer que eu não acredito mais.
- em...?
-vertigem. substituição.
- e...?
- vertigem, não acredito. não quero mais, não consigo.
- me deixa ir... por favor, me deixa ir embora... me deixa...
- se fores, levas o quê com você?
- nada, prometo. te deixo sem nada, só com você.
- então vá.
- e você?
- vou também, mas o Susto fica. deixe que alguém que não nós cuide dele. não precisamos mais carregá-lo.
- você vai embora mesmo? de verdade? nunca mais volta?
- você quer?
- eu quero muito... olha, eu gosto muito de você mas tá muito difícil. olha, o que precisa ficar claro pra você é que eu não posso mais ficar assim, com você presente em tudo. eu gostaria de respirar, andar, de vez em quando ter a sensação de que cheguei em algum lugar... e com você aqui tá muito difícil... a gente fuma esse cigarro e depois parte.
- assim eu te deixo ir em paz, como você está me deixando.
- obrigada... obrigada, Senhor... obrigada.
- e assim podemos fazer com que tudo o que foi vendaval, em brisa se transforme...
- e leve sementes que não mais essas desgastadas e apodrecidas, para outros ventres.
- outros frutos.
- flores.
Monday
CrossFade_Ando Meio Street / dez06
hoje me percebi mais street e menos romântica.
fui na galeria ouro fino pegar um colar que deixei pra consertar e aproveitei e dei uma volta. foi divertido. era tipo dez e meia da manhã e estava gostosinho andar por ali vazio...
coisas interessantes aconteceram: a vendedora da Chilli Beans não sabia quem era Jackie O. e muito menos o estilo da Diva. Thaís Gusmão ainda se acha a última bolacha do pacote e colocou na vitrine um visual nada a ver, com cinta-liga de pelúcia preta. e o clássico army ou exército ainda está em alta.
quando desci ali no subsolo, entrei numa loja que muito me chamou a atenção "Attention Deaf Disorder". Já tinha entrado antes, há alguns meses atrás. bom, eis que entrei e não tinha vendedor algum, mas logo percebi que não tinha mais moda feminina lá, só para os moços que by the way, se comprassem lá, seriam todos muito charmosos.
bom, enquanto pensava nisso, reconheci numa arara um moleton lindo lindo que um affair meu usava horrores, o que me deu uma bela pontada no coração.
- e aí, quer levar pro seu namorado?
"puta que o pariu, vendedor, você quer que eu caia em prantos aqui mesmo?", pensei.
- hehe..eu não... eu não tenho namorado...
- ahn, mas se tivesse ele ia gostar, ia não? (mal sabia o vendedor da minha saga) e continuou: "mas então, tava te olhando, super bonitos seus pés, nossa!"
- ahn?
- seus pés. bonitos. te vi descendo ali a rampa e reparei.
- nossa moço, tô tipo de calça jeans, cobrindo meus pés. deixa até dar uma olhada aqui neles (e levantei um pouquinho a barra da calça).
- ah, vai. mó bonitos. até parece que você nunca reparou...
- nossa, nunca. mas agora que não tenho namorado, né, quem sabe não me apaixono por meus pés..."e aí, pés, how are you doin'?"
(incrível como consigo ser besta de vez em quando)
-haha, adorei...
- é...
- então, mas poxa, que pena que a gente não tem mais moda feminina...a gente tinha até que...
- sim, me lembro, vocês tinha umas coisa bacanas aqui...
- até que a sabrina sato veio aqui e apareceu com umas roupas nossas no Pânico. daí...bem daí queimou o filme total da loja.
e ficamos ali meio rindo, meio sem graça... eu sem namorado numa loja de roupas para homens, ele olhando para os meus pés enquanto eu pensava que é legal mesmo a combinação sandalinha verde-exército e unhas bordô. gostei.
saí ali da ADD e uma senhorinha me puxou para um brechó, do outro lado do corredor.
- olha, temos aqui um monte de coisinhas Vintage... tem vestidinho, tem lenço, chapéu...
- obrigada, senhora, só estou de passagem mesmo. uma coisa mais street, menos romântica.
e enquanto subia a rampa, reparei que ele estava ali sentado no banco de madeira, com um olho no jornal e o outro em mim.
tinha quase o mesmo nome que esse, o mesmo layout. mas tinha também coisas que não cabiam mais.
reli uma média de 270 posts, desde novembro de 2006, quando ele ainda era "entre cortes, passagens e cores". gostava desse nome. gosto até hoje.
para as pessoas que contei ter feito, recebi olhares assutados em troca: "...mas tudo fez parte da sua história. foi o que passou, não se deleta passado!"
de fato, guardar "aquilo que foi" pode nos nortear, e até aliviar. um registro online foi deletado, mas nunca aquilo o que foi vivido.
aqueles posts e textos que realmente gostava e que ainda são pertinentes, atemporais, permanecem. assim como os que ainda adoro, muito...
e daí têm aqueles que ainda estão aqui, dentro, pra sempre arquivados no lugar mais seguro existe.
Last Night Party / set08
ele:
bom dia!
como se portaram pedro, bjorno e joão?
eu:
aaaaaaeeeee foi liiiindo. mas posso falar? shout out louds tocou antes. foi tao lindo quanto. juro juro juro. a noite valeu cada segundo. parecia que a gente tava na europa, sabe? clube pequenininho, meio vazio, para raros.
fui com amigos, dancei, ri, tava feliz. feliz mesmo. de ver bandas que eu gosto, tocarem musicas que eu gosto e obvio que corri pra frente pra cantar bem perto deles "i ammmmmm more meee". as you said i should ;)
e PB&J são loucos-malucos. e sao todos lindos no palco.
alem disso, eles brincam em trabalho: páram a musica no meio, cantam jorge ben, falam portugues, voltam a musica, gritam, quase se jogam, levantam o povo e, nossa, de morrer.
alias, ontem, eu poderia dizer que me senti completa. por um momento só, que fosse, mas me senti. foi bonito. bem bonito.
parecia europa. parecia uma viagem entre amigos.
foi legal.
e fiquei feliz.
e, hm, nasci pra ser tiete. prontofalei ;)
e não me venha falar da europa! / ago08
from *See you in the morning by *juju*
em seis meses vamos precisar de visto para visistar londres ou qualquer cidade da inglaterra.
a mídia não está falando muito disso, mas é verdade. na verdade, o único veículo que fala é o estadão. e a cbn, que foi minha fonte.
então estou eu, voltando pra agência e ouvindo esse absurdo no rádio. ao final da reportagem, eles ainda dizem que a obrigatoriedade de visto de turismo se extende para todos os países da união européia.
sim: todos!
tô passada, puta, também indignada como a cbn e a droga do meu passaporte italiano vai demorar muito, mais muito tempo.
adeus reveillon em alto estilo, férias animadas com festas no verão europeu e, by the way, esqueçamos paris!
pra melhorar, subo na agência e os meninos me perguntam: "julinha, você tem umas amigas assim?"
eram fotos de uma mega-jam balada na frança. ou suiça. ou suécia, ou inglaterra, ou irlanda, ou italia, ou espanha, ou alemanha, ou a vá pra puta que pariu esses lugares.
não me venha falar de europa!
tô triste mesmo, e daí?
e humpf! esses malditos britânicos de meia-tigela!
calçada da vila olímpia não é lugar para andar de paquera! / ago08
from *See you in the morning by *juju*
ah, mas que saco, "dá licença por favor?": calçada da vila olímpia não é lugar pra andar de paquera!
andam a dois por hora, todos cheios de nhénhénhé, de mãozinha dada, ocupando três espaços, olhando as vitrines inexistentes e ai, que saco. eu tô com pressa, com fome, ainda preciso passar na farmácia e no sapateiro.
não é pra andar com paquera, empaca tudo, entope tudo, e ainda fica uma fila atrás do pessoal da firma se gabando da apresentação em power point que estava lindona.
pior: todo mundo vestindo cinza.
não dá. vapapú e vão andar de paquera em outro lugar, de preferência bem longe de mim.
aqui a calçada é pequena demais para nós dois.
humpf!
(e ainda me fazem chegar tão irritada do almoço que erro o andar da agência!)
Thursday
as coisas têm mudado... / jul08
muito, ultimamente.
estou num momento de assimilar e por isso ando meio calada.
já estou de volta, desde o dia 1.
meu aniversário foi bem bonito. meu trip-mate me levou em uma loja-luxo, depois compramos mimos alimentares no marks&spencer que tanto amo e eu quase - quase - desmaiei no meio do lugar. estava realmente, realmente faminta.
daí, com toda a agilidade de um trip-mate, ele passou a mão em uma cestinha de baguetes e me deu: "come."
fomos para o hyde park e por lá ficamos tomando sol, um pouco dormindo, um pouco acordada, entre um telefonema e outro. umas duas horas e um sol forte. foi bonito e era meu aniversário.
no final da tarde recebo um email que me enche de emoção. já disse que eu adoro o pessoal da babel? claro que já disse. eles fizeram uma coisa muito, muito doce.
depois do meu surto no ponto de ônibus, sentamos calados enquanto eu sorria, olhando londres passar pela janela, até chegarmos no london eye.
foi bonito. fazia frio e o céu estava alaranjado. ainda era nove da noite.
sentamos ali no bar do southernbank e tomamos uma boa garrafa de vinho rosé. francês, porque a frança decidiu nos perseguir. e por hora eu decidi deixar.
voltamos para casa.
no dia seguinte voltaríamos para paris (esqueça paris, menina!) para eu voltar a são paulo.
tenho saudade.
a saudade da viagem, a saudade da companhia, a saudade da minha serenidade. não, não que eu não estivesse prevendo isso. veja, já fiz algumas coisas asssim para saber como funciono.
mas, essa... essa foi...
gênia?
veja...
as coisas têm mudado um pouco...
Sunday
just for the records / jun08
tudo anda bem.
estamos em londres, com algumas pequenas (pequenas, nada, grandiosas) mudancas de planos. mas tudo anda bem.
depois escrevo melhor.
mas fato eh: a tate eh de morrer (novidade), o tempo ta terrivel (novidade) e to, assim, tipo, bem feliz (apesar de pesares).
depois conto melhor.
amanha eh meu aniversario.
me liga?
a casa que nunca tivemos / jun08
from *See you in the morning by *juju*
a casa que nunca tivemos é toda de vidro e madeira branca, num lugar muito, muito alto e distante.
a casa que nunca tivemos tem vista para o mar. lá fora, no deck de madeira escura, uma espreguiçadeira branca.
a casa que nunca tivemos recebe grandes festas que duram até o dia seguinte.
a casa que nunca tivemos recebe amigos que nunca tivemos.
aquele casal que tanto gostamos, tão entendidos de vinho e vida, assim como nós.
a casa que nunca tivemos recebe também flores que colhemos juntos, quando subimos ali na colina nas tardes frias de junho. nessas tardes, sempre que voltamos para casa, você me faz parar ali na trilha, me abraça e sussurra no ouvido:
"não é mesmo linda, a nossa casa?"
a casa que nunca tivemos vive do nosso fogo, não havendo espaço para mais
ninguém novo ou passado em nossos corações. ela é repleta de paz e harmonia, formada exclusivamente pelo nosso dia-a-dia.
a casa que nunca tivemos é toda de vidro porque somos honestos.
a casa que nunca tivemos tem madeira branca, porque somos sólidos.
a casa que nunca tivemos está no alto, distante, porque podemos seguir.
Wednesday
teu vazio na janela da minha vida. / dez07
eu juro por deus que hoje tive vontade de te esganar. te esganar como nunca o fiz, até arranhar minhas unhas na tua barba e repuxar todos esses teus pêlos do rosto.
subir lentamente até teu nariz e socá-lo, socá-lo até escorrer todo o catarro e o pó já cheirado.
me empurrar até seus olhos, olhá-los bem de perto e cuspir. de novo. e de novo. bem dentro.
enquanto isso, uma mão minha te arranharia a testa, deixando uma cicatriz tão grande quanto a que deixaste em mim. uma cicatriz que te dê vergonha, que te dê ânsia própria toda vez que olhares no espelho.
hoje tive vontade de te esganar e o fazer engolir teu próprio sangue e gozo. vermelho, ah, o vermelho que você tanto gosta. o drama, a licença poética. o seu vermelho, enfim.
te esganar até você quase morrer, só para logo depois do susto do quase, como numa orquestra mal ensaida, sussurrar ao meu ouvido "eu sinto tanto a tua falta na minha vida".
eu enfim te viraria um tapa na cara, bem dado, redondo, onde uma poça preta se formaria para refletir tua imagem nojenta.
um tapa com muita dor, por todos esses dias, meses e anos que me fizeste passar. e daí, e só aí, eu terminaria de te arrancar essa barba morta, que sairia junto com tua pele seca do meu cal, para te deixar em carne viva. inteiro. inteiro em carne viva. da sua pretensiosa cabeça aos teus prepotentes pés.
aos teus pés. até eles eu desceria pelas tuas pernas, te maltratando, te arrancando tudo o que tivesse por vir, pêlo por pêlo, lembrança por lembrança, e tudo o que tens. principalmente o que tens.
e nos teus pés eu então me acalmaria. e choraria.
choraria todo o desespero e a dor, a vergonha e a solidão, o ambandono e mais tudo o que nunca me permiti desabar, desde que você partiu.
chorar até eu quase morrer, só para logo depois do susto do quase, como numa orquestra mal ensaida, sussurrar ao teu tão longe ouvido "eu sinto tanto a tua falta na minha vida".
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Grande coisa! / jul07
É, definitivamente, uma bosta.
Uma BOSTA.
Uma B-O-S-T-A.
Não tem como, cansei, não dá mais pra fingir que nada tá acontecendo, que é assim mesmo, normal, recorrente, esperado, e que acontece com o mundo.
Porque é exatamente por tudo isso que é assim, uma bosta.
Uma bosta você vai lá e conhece o moço. Papo vai, papo vem e ele acaba pedindo seu telefone. Ou o do seu cachorro. Ou o da sua irmã. Do chefe, melhor amiga, mãe, cozinheira, qualquer coisa. Mas dá um jeito de chegar junto. E chega.
Pois bem. Daí, depois que tudo acontece, todas aquelas delicinhas bestas, paparicos medíocres e tão perfeitos, amorzinho pra cá, doçurinha pra lá e então, suddenly, acaba.
Não interessa porque, quem com quem, quando, depois de quantos meses e anos juntos, se nevava ou era seca no sertão. Mas acaba. É assim mesmo, aparentemente sem mais nem menos. Porque sempre tem um motivo, tem que ter um motivo maior, deve haver um filho da puta de um motivo gigante que justifique.
Que justifique esse chiclete que vai-e-vem que é a nossa vida cheia de relacionamentos. Esse chiclete que vai-e-vem que é a droga da nossa cabeça neurótica e feminina e fadada aos problemas medíocres dessa sociedade vazia que eu vivo. Não sei você, prezado leitor, mas eu sim.
Medíocre vidinha essa de acordar, se enfiar num trabalho que o povo se mata pra ganhar milhões e nunca ganha. Medíocre vidinha que o parceiro ali do outro lado da mesa fica o tempo todo no youtube e no messenger e ganha o triplo. Medíocre vidinha essa de aparências sociais que me faz cada dia cavar um pouco mais do meu buraco e me fechar – confesso que ontem quase o confundi com uma vala.
Pára o mundo que eu quero descer, que eu cansei da brincadeira de mise-en-scene meu, seu, e de quem mais quiser subir nesse palco. Aproveita que o ingresso hoje tá de grátis, promoção de inauguração.
Voltando à bosta. Não, não, prezado leitor. Me desculpe: à BOSTA.
À B-O-S-T-A.
Cá estamos nós, mais uma vez se desvencilhando de dores e amores que não deram certo, de encontros e desencontros (e se citar Vinícius, leva!), de dor de cotovelo, de corno, de bexiga, de cistite, de pau-pequeno, de peito murcho, de qualquer coisa que você quiser chamar. Mas desvencilhar dói e isso é um fato.
Que piora oitenta e sete por cento se você somar a isso uma sociedade medíocre e ordinária. Porque quando você tem a oportunidade de se abster dela por 24hs, percebe o quão medíocre, ordinária, vazia e calculista a sua pessoa também se tornou.
A solução então é morar no campo, na praia, na rua, na chuva ou numa casinha de sapê? Não, ó estimado leitor, não é. Quer dizer, acho que não é...nunca morei, porra, como é que eu vou saber?
A solução é tentar...tentar...tentar reparar os erros cometidos durante os surtos medíocres e indecentes, imersos num contexto concreto e cinza. Muito cinza. Bem cinza. Totalmente cinza.
Com uma pitada de vermelho-luxúria que sempre fode tudo.
Naquelas 24hs de consciência, naquelas 24hs que você se propõe a ajudar de verdade o mundo, as mesmas 24 que você ama assistir Animal Planet sem se sentir sozinha (porque, me desculpa, mas é praticamente impossível você assistir a uma búfala parindo na Nova Zelândia e uma zebrinha pulando na África e não se sentir a pessoa mais sozinha do mundo). Pega essas 24, lembra dos 24 mil surtos que você-versão-mulher-barbada-gigante-elástica-canibal-animal-aberração cometeu sem o menor peso na consciência e com o rei e o príncipe e o reinado inteiro na barriga, e se redime.
Só não pergunta como. Eu também não sei.
Só sei que é uma bosta.
Essa grande bosta: a vida na cidade grande, no mercado da comunicação, desse povo lindo e descolado, no bairro mais burguês do país.
G-R-A-N-D-E B-O-S-T-A.
Mirror_1,11 / abr07
- você de novo?
- como vai você?
- com licença.
- como vai você, eu disse.
- com licença, eu disse. será que você pode ir embora?
- não.
- por favor, olha, já te pedi pra sair daqui.
- eu não vou sair, me desculpe. aqui também me pertence e aqui também é meu jardim.
- ah mas não é mesmo!
- é, criatura! é meu jardim, com minhas flores que eu mesmo plantei com o seu solo e nossa água.
- sim, muito obrigada. você realmente fez um trabalho lindo. mas já pode ir porque já deu frutos, flores, já colhi, já deixei apodrecer, já um monte de coisa. sai?
-não.
-o que você quer de mim?
- você.
- eu não.
- você sim.
- eu não posso te dar eu porque se te der fico sem ninguém.
- te ofereço essas rosas.
-nossa, mas quanta ousadia a sua, não? me oferece as rosas que meu próprio jardim deu!
- nã-não, tsc, seu jardim as acolheu. eu coloquei a semente, emprestei sua terra e regamos juntos.
-bem, ok, sai?
-não saio. e ainda te digo mais: não saio porque isso aqui só acaba, as flores só morrem, e a seca só impera, quando você disser que é para acabar.
-bem, que acabe, então!
- não é assim.
- mas puta merda! tudo o que eu faço é incompleto, tudo o que eu faço não é saudável, tudo que eu tenho tem um dedo seu. que saco, porra. merda.
- preciso te dizer uma coisa.
- diz e sai.
- não vou sair. preciso te dizer que eu não acredito mais.
- em...?
-vertigem. substituição.
- e...?
- vertigem, não acredito. não quero mais, não consigo.
- me deixa ir... por favor, me deixa ir embora... me deixa...
- se fores, levas o quê com você?
- nada, prometo. te deixo sem nada, só com você.
- então vá.
- e você?
- vou também, mas o Susto fica. deixe que alguém que não nós cuide dele. não precisamos mais carregá-lo.
- você vai embora mesmo? de verdade? nunca mais volta?
- você quer?
- eu quero muito... olha, eu gosto muito de você mas tá muito difícil. olha, o que precisa ficar claro pra você é que eu não posso mais ficar assim, com você presente em tudo. eu gostaria de respirar, andar, de vez em quando ter a sensação de que cheguei em algum lugar... e com você aqui tá muito difícil... a gente fuma esse cigarro e depois parte.
- assim eu te deixo ir em paz, como você está me deixando.
- obrigada... obrigada, Senhor... obrigada.
- e assim podemos fazer com que tudo o que foi vendaval, em brisa se transforme...
- e leve sementes que não mais essas desgastadas e apodrecidas, para outros ventres.
- outros frutos.
- flores.
Monday
CrossFade_Ando Meio Street / dez06
hoje me percebi mais street e menos romântica.
fui na galeria ouro fino pegar um colar que deixei pra consertar e aproveitei e dei uma volta. foi divertido. era tipo dez e meia da manhã e estava gostosinho andar por ali vazio...
coisas interessantes aconteceram: a vendedora da Chilli Beans não sabia quem era Jackie O. e muito menos o estilo da Diva. Thaís Gusmão ainda se acha a última bolacha do pacote e colocou na vitrine um visual nada a ver, com cinta-liga de pelúcia preta. e o clássico army ou exército ainda está em alta.
quando desci ali no subsolo, entrei numa loja que muito me chamou a atenção "Attention Deaf Disorder". Já tinha entrado antes, há alguns meses atrás. bom, eis que entrei e não tinha vendedor algum, mas logo percebi que não tinha mais moda feminina lá, só para os moços que by the way, se comprassem lá, seriam todos muito charmosos.
bom, enquanto pensava nisso, reconheci numa arara um moleton lindo lindo que um affair meu usava horrores, o que me deu uma bela pontada no coração.
- e aí, quer levar pro seu namorado?
"puta que o pariu, vendedor, você quer que eu caia em prantos aqui mesmo?", pensei.
- hehe..eu não... eu não tenho namorado...
- ahn, mas se tivesse ele ia gostar, ia não? (mal sabia o vendedor da minha saga) e continuou: "mas então, tava te olhando, super bonitos seus pés, nossa!"
- ahn?
- seus pés. bonitos. te vi descendo ali a rampa e reparei.
- nossa moço, tô tipo de calça jeans, cobrindo meus pés. deixa até dar uma olhada aqui neles (e levantei um pouquinho a barra da calça).
- ah, vai. mó bonitos. até parece que você nunca reparou...
- nossa, nunca. mas agora que não tenho namorado, né, quem sabe não me apaixono por meus pés..."e aí, pés, how are you doin'?"
(incrível como consigo ser besta de vez em quando)
-haha, adorei...
- é...
- então, mas poxa, que pena que a gente não tem mais moda feminina...a gente tinha até que...
- sim, me lembro, vocês tinha umas coisa bacanas aqui...
- até que a sabrina sato veio aqui e apareceu com umas roupas nossas no Pânico. daí...bem daí queimou o filme total da loja.
e ficamos ali meio rindo, meio sem graça... eu sem namorado numa loja de roupas para homens, ele olhando para os meus pés enquanto eu pensava que é legal mesmo a combinação sandalinha verde-exército e unhas bordô. gostei.
saí ali da ADD e uma senhorinha me puxou para um brechó, do outro lado do corredor.
- olha, temos aqui um monte de coisinhas Vintage... tem vestidinho, tem lenço, chapéu...
- obrigada, senhora, só estou de passagem mesmo. uma coisa mais street, menos romântica.
e enquanto subia a rampa, reparei que ele estava ali sentado no banco de madeira, com um olho no jornal e o outro em mim.
Monday
Saturday
Friday
Alice
a situação lhe era tão corriqueira, que mal conseguiu respirar ao se ver caindo novamente nela. lembrou de sua auto-imunidade e tentou fazer diferente.
"acorda, alice!"
"acorda, alice!"
Coisas que ganhamos pelo caminho.
Elas reaparecem assim, só para termos mais certezas. Já são nossas, estão dentro. Por vezes, empoeiradas. E daí vem uma brisa e assopra tudo: 'Sssshhhhhhh....'
É bonito.
É bonito.
Wherever you go, go with all your heart.
Wherever you go, go with all your heart.
Confucius
Não cheguei a escrever sobre a passagem do ano novo. Mas ali decidi algumas coisas, principalmente porque naquele momento não tinha nada 'concreto' na mão. Por isso foi assim, livre. E por isso essa imagem voltou hoje à minha cabeça: trocas, sorrisos largos e cheios de vida, no dia mais bonito, posterior à um de conclusões chegadas em uma longa caminhada pela praia de Cabo Polonio.
Pronto: eu não mais voltaria a determinadas situações.
Está funcionando.
Na frente da sua casa.
Hoje eu passei na frente da sua casa e a porta estava aberta.
Eu quis entrar e subir as escadas.
Eu quis andar no corredor e sentir o mesmo arrepio do inverno passado. Eu quis ouvir os seus passos e o seu perfume se aproximando. Eu quis ouvir o barulho da chave virando e a minha respiração aumentando. Eu quis lembrar do seu sorriso que se abria. Eu quis ouvir a sua voz.
Eu quis ouvir a minha voz. Eu quis ouvir o meu coração. Eu quis você me pegando pela mão. Eu quis lembrar do vento gelado do corredor que ficava escuro enquanto a porta batia devagar. Boom! Eu quis lembrar de tudo o que esqueci.
Hoje, quando passei na frente da sua casa e a porta estava aberta, eu deixei um beijo no ar.
Porque se um dia você voltar, se um dia você voltar, talvez o alcance antes de evaporar.
Eu quis ouvir a minha voz. Eu quis ouvir o meu coração. Eu quis você me pegando pela mão. Eu quis lembrar do vento gelado do corredor que ficava escuro enquanto a porta batia devagar. Boom! Eu quis lembrar de tudo o que esqueci.
Hoje, quando passei na frente da sua casa e a porta estava aberta, eu deixei um beijo no ar.
Porque se um dia você voltar, se um dia você voltar, talvez o alcance antes de evaporar.
Tuesday
Desconsideração.
você é a maior vergonha que já senti de mim mesma.
e a maior mentira que já ouvi.
o maior erro que já comenti.
o maior amor que senti.
Thursday
tudo aquilo que aprendi cabe numa folha pequena de papel. num guardanapo simples, daqueles de um café qualquer. é tudo tão pouco que posso contar em um tempo tão curto como uma corrida de taxi. enquanto cruzamos a cidade, do ponto A ao B, tudo o que aprendi soará tão previsível, raso e insignificante como a história deles mesmos, meros imigrantes, meros taxistas. trabalhador, tudo aquilo que possuo é uma rotina sem sal, sem sabor, sem amor.
o tempo?
o tempo é curto e nem um sopro da minha história te faria prestar atenção, ser cativado por mais de trinta segundos ou pelo tempo de um semáforo fechado. o tempo é você quem vai julgar, enquanto que a mim... a mim mesmo há de curar.
tudo aquilo que aprendi cabe numa folha pequena de papel. num guardanapo simples que pode ser jogado ao tempo, ao vento.
assim, pode ser que o vento o leve longe e alguém muito distante ache. em meio a um vendaval como nunca antes visto naquele povoado, em meio a ventania que antecede uma enxurrada de mudanças para quem ali vive.
e talvez assim a minha cura, só talvez... seja que tudo aquilo que aprendi seja desdobrado e desdobrado e desdobrado. recontado para o resto daquelas vidas.
Nova Iorque, 18 de Abril de 2012.
o tempo?
o tempo é curto e nem um sopro da minha história te faria prestar atenção, ser cativado por mais de trinta segundos ou pelo tempo de um semáforo fechado. o tempo é você quem vai julgar, enquanto que a mim... a mim mesmo há de curar.
tudo aquilo que aprendi cabe numa folha pequena de papel. num guardanapo simples que pode ser jogado ao tempo, ao vento.
assim, pode ser que o vento o leve longe e alguém muito distante ache. em meio a um vendaval como nunca antes visto naquele povoado, em meio a ventania que antecede uma enxurrada de mudanças para quem ali vive.
e talvez assim a minha cura, só talvez... seja que tudo aquilo que aprendi seja desdobrado e desdobrado e desdobrado. recontado para o resto daquelas vidas.
Nova Iorque, 18 de Abril de 2012.
Saturday
não-ele.
é um saco porque dói como muito não doía. é um saco porque você passa a se perguntar onde se escondeu aquela alegria toda, e aquele sorriso todo de quem esconde um amor por baixo da manga.
o olhar já não brilha mais como antes e agora anda cabisbaixo.
os amigos te pegam no colo, pegam na sua mão mesmo estando muito, muito longes mas mesmo assim, mesmo assim... dói como há muito não doía.
a cidade fica mais barulhenta, os taxis correm mais rápido, a poesia mental que antes falaria amor agora fala dor.
as pessoas novas que aparecem ainda não chegam aos pés dele, você evita certas ruas e bairros, a raiva toma conta do coração e do corpo, que adoece ao mesmo tempo que as flores florescem lá fora.
e você se dá conta da desilusão que vive.
e que vive andando lado a lado com você.
o olhar já não brilha mais como antes e agora anda cabisbaixo.
os amigos te pegam no colo, pegam na sua mão mesmo estando muito, muito longes mas mesmo assim, mesmo assim... dói como há muito não doía.
a cidade fica mais barulhenta, os taxis correm mais rápido, a poesia mental que antes falaria amor agora fala dor.
as pessoas novas que aparecem ainda não chegam aos pés dele, você evita certas ruas e bairros, a raiva toma conta do coração e do corpo, que adoece ao mesmo tempo que as flores florescem lá fora.
e você se dá conta da desilusão que vive.
e que vive andando lado a lado com você.
Sem medo.
quando eu deixei de gostar de você
era porque eu precisava gostar mais de mim.
e quando eu finalmente passei a gostar mais de mim,
eu aprendi a amar você.
sem medo.
era porque eu precisava gostar mais de mim.
e quando eu finalmente passei a gostar mais de mim,
eu aprendi a amar você.
sem medo.
Friday
Os feitos e o não dito.
Então você conseguiu.
Conseguiu o reconhecimento profissional que tanto queria. Conseguiu um quarto espaçoso em NY, roommates limpinhas e responsáveis. Conseguiu que a família viesse dar a bênção. Conseguiu até um beijo francês logo na segunda semana na cidade do sexo. E pra finalizar, conseguiu se apaixonar na quarta e conquistar o amor dele na quinta.
Mas mesmo depois de tantas mudanças, convicções, pessoas e estações, existe uma constante que vem de novo me ver: a longa distância. Não, não que ele more na França.
Essa relação virtual de adoloscente NY-SP que não condiz mais com o que quero me corroi por dentro de uma maneira visceral. Além de me fazer virar um pêndulo que uma hora tem certezas e na outra não acredita nada nesse amor. Oi, Amor!?
Do lado de lá as mesmas dúvidas flutuam.
Até que hoje chega a seguinte frase a cabeça: 'Já era tão simples dizer não que não sabia mais como fazer.'
Parece tão claro e obvio que esse é o tipo de relação que não cabe mais no meu contexto que fica até difícil de dizer.
Mas... e a possibilidade do Amor ser real, como fica?
Sunday
A três lances de escada.
A vida mudou e mudou rápido.
A vida deu uma rasteira e um tapa na cara e disse: "Chega!". Mudou tudo e mudou todos que tinham que mudar. E logo eu, essa quem vos fala, foi parar longe, bem mais do que imaginava.
Saí de Miami, convivi com duas pessoas incríveis que deram um 'shift' na minha vida e voei como um sopro para São Paulo. Que assim que me recebeu, assoprou um sorriso tão forte que apagou o restinho de vida que cuidava até eu chegar. No escuro, sem ar, tateando e se agarrando, a vida, aquela, se encarregou de tomar-se posse de mim mesma. Tão logo eu, essa quem vos fala, veio parar longe, bem mais do que imaginava.
Ainda estamos de luto e tristes. No escuro por muitas vezes.
Mas daí exstem muitas outras coisas que acontecem e sussurram ao nosso ouvido: 'Vai!'.
Vim renascer em Nova Iorque, meu sonho escondido. Trabalhando em uma das agências mais fantátsicas do país, meu foco por meses. Vivo, convivo e sobrevivo no centro do Mundo.
E me sinto bem.
Eu sinto que toda a vez que chamo essa cidade de 'Casa' um Mundo entra em mim; e eu recebo esse novo mundo - que mora aqui mesmo, a tres lances de escada.
Thursday
A Morte.
O email que você não vai receber.
A piada que não vai entrar, o telefone que não vai tocar. A mensagem que não vai sair, a mensagem que não vai entrar. A porta que não vai abrir, as tardes que não vão chegar. As noites que não vão passar.
A noticia que não vai vir, o comentário que não vai falar. O apoio que não vai suprir, a sabedoria que não vai imperar.
O colo que não vai vir, o abraço que não vai sentir. O cheiro que vai sumir.
O sorriso que vai congelar, as mãos que vão trancar, o toque que não vai esquentar, a pele que vai esfriar.
O silêncio que vai ocupar, o vazio que vai ficar, o susto que vai permanecer.
A família que eles não vão conhecer.
Mas de tudo, de tudo, a esperança de uma volta que não vai existir.
Assim é a morte. O único lugar onde eu não os alcanço.
A piada que não vai entrar, o telefone que não vai tocar. A mensagem que não vai sair, a mensagem que não vai entrar. A porta que não vai abrir, as tardes que não vão chegar. As noites que não vão passar.
A noticia que não vai vir, o comentário que não vai falar. O apoio que não vai suprir, a sabedoria que não vai imperar.
O colo que não vai vir, o abraço que não vai sentir. O cheiro que vai sumir.
O sorriso que vai congelar, as mãos que vão trancar, o toque que não vai esquentar, a pele que vai esfriar.
O silêncio que vai ocupar, o vazio que vai ficar, o susto que vai permanecer.
A família que eles não vão conhecer.
Mas de tudo, de tudo, a esperança de uma volta que não vai existir.
Assim é a morte. O único lugar onde eu não os alcanço.
Wednesday
A Busca.
A busca pelo prazer começa em se apaixonar por um tópico. Um livro que caia bem e que seja um prazer instantâneo onde quer que eu vá.
A busca pelo prazer tem um segundo tom que é sentir-me conectada com o real. Todas as vezes que me levo para fazer algo que me dá mais vontade de viver.
A busca pelo prazer tem seu lado porcentagem, também. Às vezes, não dá para fazer tudo.
A busca pelo prazer tem o gosto de música nova e o som de diálogos escritos. Tem a calma da Rua 3 e o charme de um batom vermelho. Tem a permissão da feminilidade e a liberdade de guiar o próprio carro.
Tem um quê de desafio certeiro, daqueles que não requer muito.
A busca pelo prazer é retomar a escrita e pensar no futuro enquanto digerindo o passado.
É ter a capacidade de agradar a mim mesma antes de qualquer outra pessoa. É pensar em dinheiro para ter menos dores ali na frente. É, por que não, cometer uma loucura. É planejar direitinho como passar o resto dos dias, e escolher a dedo as companhias.
É me alimentar de emoções que sejam mais eu.
É descobrir um filme. É carregar uma história em baixo do braço. É doar mais do que recolher. É reciclar só aquilo que vale mesmo a pena. É o vento, é o vento, é o vento.
É andar pelo sol e só por hoje não me preocupar.
São pequenas coisas e não necessariamente a indulgência exacerbada. Não é o excesso e sim a qualidade. É fazer aquilo que se quer, com quem se quer. É sair do circuito e fazer o próprio.
É gastar o tempo que eu quiser, na loja que eu quiser, com quem eu quiser. É não ter horário para me fazer feliz.
A busca pelo prazer é auto-referente.
Deve ser eloquente.
É presente.
Eu quero me alimentar de coisas bonitas.
A busca pelo prazer tem um segundo tom que é sentir-me conectada com o real. Todas as vezes que me levo para fazer algo que me dá mais vontade de viver.
A busca pelo prazer tem seu lado porcentagem, também. Às vezes, não dá para fazer tudo.
A busca pelo prazer tem o gosto de música nova e o som de diálogos escritos. Tem a calma da Rua 3 e o charme de um batom vermelho. Tem a permissão da feminilidade e a liberdade de guiar o próprio carro.
Tem um quê de desafio certeiro, daqueles que não requer muito.
A busca pelo prazer é retomar a escrita e pensar no futuro enquanto digerindo o passado.
É ter a capacidade de agradar a mim mesma antes de qualquer outra pessoa. É pensar em dinheiro para ter menos dores ali na frente. É, por que não, cometer uma loucura. É planejar direitinho como passar o resto dos dias, e escolher a dedo as companhias.
É me alimentar de emoções que sejam mais eu.
É descobrir um filme. É carregar uma história em baixo do braço. É doar mais do que recolher. É reciclar só aquilo que vale mesmo a pena. É o vento, é o vento, é o vento.
É andar pelo sol e só por hoje não me preocupar.
São pequenas coisas e não necessariamente a indulgência exacerbada. Não é o excesso e sim a qualidade. É fazer aquilo que se quer, com quem se quer. É sair do circuito e fazer o próprio.
É gastar o tempo que eu quiser, na loja que eu quiser, com quem eu quiser. É não ter horário para me fazer feliz.
A busca pelo prazer é auto-referente.
Deve ser eloquente.
É presente.
Eu quero me alimentar de coisas bonitas.
Wednesday
Saturday
Portas abertas.
Naquela manhã deixaram as portas abertas.
Saíram juntos de um dos quartos. Ele na cozinha preparando o café, aquele mesmo que em todas as outras manhãs ela sentia o aroma e imaginava o sabor, enquanto ainda na cama.
Naquela manhã não havia segredos, não havia barreiras, não havia distância. Naquela manhã leram juntos o jornal, se conheceram, riram, limparam a casa e falaram da França. Naquela manhã, enquanto ela ainda no banho, ele veio deixar um beijo de tchau.
Naquela tarde ela abriu sua porta para passar a manhã inteira com ele.
Saíram juntos de um dos quartos. Ele na cozinha preparando o café, aquele mesmo que em todas as outras manhãs ela sentia o aroma e imaginava o sabor, enquanto ainda na cama.
Naquela manhã não havia segredos, não havia barreiras, não havia distância. Naquela manhã leram juntos o jornal, se conheceram, riram, limparam a casa e falaram da França. Naquela manhã, enquanto ela ainda no banho, ele veio deixar um beijo de tchau.
Naquela tarde ela abriu sua porta para passar a manhã inteira com ele.
Monday
Status.
Yeap, acho que quando você muda alguma 'Profile Info' no seu Facebook é porque está levando alguma coisa bem a sério.
Thursday
Eu poderia te agradecer por me fazer chorar.
Eu poderia te agradecer por uma série de coisas.
Agradeço de novo pelas risadas e palhaçadas todas. Agradeço pela religião escrita. Por me ensinar uma dança nova em um lugar escondido em mim mesma. E até por ser tão sério e intocável assim.
Mas hoje eu te liguei para perguntar uma única coisa e me vi muito triste. Porém não quis abrir e te contar.
Estava medrosa e teria uma lista de outras perguntas a fazer. E você provavelmente a responderia com a calma de um maestro ou da forma mais sucinta, máscula e direta possível.
E mesmo com a sua pergunta forte e a minha resposta afonica sobre meu estado emocional, entendi nesta minha resposta que o colo que eu precisava era eu mesma quem precisava me dar.
Então desliguei o telefone e dei o primeiro soluço.
Fui para o quarto e despejei em cima da cama todos os outros que estavam engasgados.
Chorei as lágrimas e o medo que eu não me permitia há tempos. Chorei o só e o que virá. Chorei a loucura e também a certeza que nela encontro.
Até que uma hora parei.
Me acalmei.
Terminei o que tinha que terminar, e fui para a rua atrás do material ideal.
Até que dei-me conta que enquanto caminhava na rua, ainda de olhos açucarados de choro, existia uma placidez enorme aqui dentro.
Porque eu tinha tido coragem de chorar.
Porque eu tinha tido coragem de contar comigo.
Eu poderia te agradecer por uma série de coisas.
Mas de todas elas, fico com a idéia indireta de que você me ensinou a ressignificar um certo choro.
Obrigada.
Porque todas as vezes que choro eu mesma,
Sou uma pessoa melhor depois.
Agradeço de novo pelas risadas e palhaçadas todas. Agradeço pela religião escrita. Por me ensinar uma dança nova em um lugar escondido em mim mesma. E até por ser tão sério e intocável assim.
Mas hoje eu te liguei para perguntar uma única coisa e me vi muito triste. Porém não quis abrir e te contar.
Estava medrosa e teria uma lista de outras perguntas a fazer. E você provavelmente a responderia com a calma de um maestro ou da forma mais sucinta, máscula e direta possível.
E mesmo com a sua pergunta forte e a minha resposta afonica sobre meu estado emocional, entendi nesta minha resposta que o colo que eu precisava era eu mesma quem precisava me dar.
Então desliguei o telefone e dei o primeiro soluço.
Fui para o quarto e despejei em cima da cama todos os outros que estavam engasgados.
Chorei as lágrimas e o medo que eu não me permitia há tempos. Chorei o só e o que virá. Chorei a loucura e também a certeza que nela encontro.
Até que uma hora parei.
Me acalmei.
Terminei o que tinha que terminar, e fui para a rua atrás do material ideal.
Até que dei-me conta que enquanto caminhava na rua, ainda de olhos açucarados de choro, existia uma placidez enorme aqui dentro.
Porque eu tinha tido coragem de chorar.
Porque eu tinha tido coragem de contar comigo.
Eu poderia te agradecer por uma série de coisas.
Mas de todas elas, fico com a idéia indireta de que você me ensinou a ressignificar um certo choro.
Obrigada.
Porque todas as vezes que choro eu mesma,
Sou uma pessoa melhor depois.
Friday
Você me dá vontade de viver.
E daí existem aquelas pessoas que mexem com você uma vez na vida e provavelmente continuarão mexendo por todo o resto dela.
Aquelas três pessoas que me dão tamanha vontade de viver que fico com vida suficiente para sair correndo em volta de todo o mundo.
Um impulso no coração e um pulso de energia tão grandes que seria capaz de correr de novo e de novo e de novo.
Mas Você, em especial, me inspira de uma forma que tenho mais vontade de me viver.
Me dá fôlego de mim mesma.
E assim vou ficando por muito tempo tão mais viva.
Aquelas três pessoas que me dão tamanha vontade de viver que fico com vida suficiente para sair correndo em volta de todo o mundo.
Um impulso no coração e um pulso de energia tão grandes que seria capaz de correr de novo e de novo e de novo.
Mas Você, em especial, me inspira de uma forma que tenho mais vontade de me viver.
Me dá fôlego de mim mesma.
E assim vou ficando por muito tempo tão mais viva.
Thursday
O peito de pedra.
Ouviu a frase e sonhou ele.
Foi um beijo que derretia tudo, quente, molhado, longo, intenso, apressado, roubado, suado, escondido, abraçado, chorado, rido, vivido.
E por trás daquelas armaduras pretas, por baixo daquelas mangas brancas, o peito que era de pedra, derreteu. Quebrou. E liberou toda a emoção contida, congelada e formada ao longo destes dois anos no seu coração.
Era uma leveza tão grande no peito que fez toda a sua dor do mundo foi embora. Um preenchimento tão bonito, que tudo parou. Não estava mais triste, e fazia todos felizes. Ela, ele e o resto das pessoas naquele gramado amplo e ensolarado.
Mas quando acordou sentiu uma pressão muito grande na região do tórax. Uma dor constante, às vezes menor, às vezes maior.
Uma dor de sonhos apedrejados. Pedras pequeninas, pedras grandes.
Lembrou dele há dois anos atrás, quando alertou-a que a aquele coração tatuado iria desbotar. Que aquele apartamento era muito grande. Que não deveria aceitar tal emprego.
Passou a manhã e a tarde sentindo-se a mais solitária, dura e dolorida das espécies. Cada respiração profunda machucava mais. Lembrava do beijo, do quanto precisava daquele beijo.
Até que entendeu porque sentira aquela dor tão real e intensa ao longo do dia.
Sentia na verdade a transformação de seu coração endurecendo, enquanto sugava para sí, lentamente, todo aquela pressão cinza e sólida.
Todo aquele peito de pedra.
Foi um beijo que derretia tudo, quente, molhado, longo, intenso, apressado, roubado, suado, escondido, abraçado, chorado, rido, vivido.
E por trás daquelas armaduras pretas, por baixo daquelas mangas brancas, o peito que era de pedra, derreteu. Quebrou. E liberou toda a emoção contida, congelada e formada ao longo destes dois anos no seu coração.
Era uma leveza tão grande no peito que fez toda a sua dor do mundo foi embora. Um preenchimento tão bonito, que tudo parou. Não estava mais triste, e fazia todos felizes. Ela, ele e o resto das pessoas naquele gramado amplo e ensolarado.
Mas quando acordou sentiu uma pressão muito grande na região do tórax. Uma dor constante, às vezes menor, às vezes maior.
Uma dor de sonhos apedrejados. Pedras pequeninas, pedras grandes.
Lembrou dele há dois anos atrás, quando alertou-a que a aquele coração tatuado iria desbotar. Que aquele apartamento era muito grande. Que não deveria aceitar tal emprego.
Passou a manhã e a tarde sentindo-se a mais solitária, dura e dolorida das espécies. Cada respiração profunda machucava mais. Lembrava do beijo, do quanto precisava daquele beijo.
Até que entendeu porque sentira aquela dor tão real e intensa ao longo do dia.
Sentia na verdade a transformação de seu coração endurecendo, enquanto sugava para sí, lentamente, todo aquela pressão cinza e sólida.
Todo aquele peito de pedra.
Tudo o que você não soube.
Monday
Câmbio.
Pense em moedas.
Pense agora na amplitude de valores. Na diferença de valores. Dos nomes diferentes dados a coisas que compram coisas diferentes. Amplie o espectro, vá ao macro e pense na desvalorização.
Pense em troco.
Repense cobrança.
Cobrança.
Volte então à moeda, pergunte-se o que era o produto ou serviço que estava para ser assim, burocraticamente, adquirido.
Releia os recibos e suas descrições em mercados globais. Para facilitar, lembre-se de toda a bagagem cultural adquirida. Agradeça as aulas de interculturalidade e as sessões (essas, sim, financeiramente calculadas) aproveitadas.
Veja se existirá um troco, ou se foram dadas as moedas exatas.
Não esqueça de checar o câmbio, porque talvez o que possa ser uma sutil diferença para um bolso farto, para um bolso escasso mude tudo.
Sempre amplie o espectro, portanto, por último pense em todas as crises mundiais.
E conclua tudo com a palavra Limite.
Agora, sente um pouco em cima dela e reflita.
Existem valores. Existem limites. E existem barreiras.
E então releia este.
'Where you end and I begin.'
Pense agora na amplitude de valores. Na diferença de valores. Dos nomes diferentes dados a coisas que compram coisas diferentes. Amplie o espectro, vá ao macro e pense na desvalorização.
Pense em troco.
Repense cobrança.
Cobrança.
Volte então à moeda, pergunte-se o que era o produto ou serviço que estava para ser assim, burocraticamente, adquirido.
Releia os recibos e suas descrições em mercados globais. Para facilitar, lembre-se de toda a bagagem cultural adquirida. Agradeça as aulas de interculturalidade e as sessões (essas, sim, financeiramente calculadas) aproveitadas.
Veja se existirá um troco, ou se foram dadas as moedas exatas.
Não esqueça de checar o câmbio, porque talvez o que possa ser uma sutil diferença para um bolso farto, para um bolso escasso mude tudo.
Sempre amplie o espectro, portanto, por último pense em todas as crises mundiais.
E conclua tudo com a palavra Limite.
Agora, sente um pouco em cima dela e reflita.
Existem valores. Existem limites. E existem barreiras.
E então releia este.
'Where you end and I begin.'
Friday
Quer saber como foi?
Barcelona, Lyon, Monaco, Limone, Genebra, Barcelona, Zaragoza, Madrid, Barcelona, Vida.
Foi FODA.
Foi FODA.
A Lista Negra.
Eu recebo uns emails do Grupo de Jovens de uma determinada Igreja.
Sim, uma Igreja.
É, Católica.
Foi em 2008, anos (ahn-ham) atrás, quando um belo domingo acordei desesperançosa e fui até lá. Participei de uma daquelas reuniões e foi bom. Foi ok.
- Legal, Julia. Adoramos você!! Me dá seu email que daí a gente te inclui na Lista! [sorrisos animados]
- (... ) Tá bem... [sorrisos amarelos]
Quase todos os dias, há mais de dois anos eu recebo estes emails. Portanto, já faz parte da minha rotina vê-los em negrito no meu Inbox.
Mas hoje, ai, hoje eu decidi ler o conteúdo. O Tema das discussões e das próximas aulas aos domingos sagrados é "A Moral Sexual".
O email tem vídeo.
Tem Padre.
Tem apostila.
Tem sinos.
E eu, desejos de me tirar desta lista.
Mas daí me pergunto: Se me tirar, Deus castiga?
Sim, uma Igreja.
É, Católica.
Foi em 2008, anos (ahn-ham) atrás, quando um belo domingo acordei desesperançosa e fui até lá. Participei de uma daquelas reuniões e foi bom. Foi ok.
- Legal, Julia. Adoramos você!! Me dá seu email que daí a gente te inclui na Lista! [sorrisos animados]
- (... ) Tá bem... [sorrisos amarelos]
Quase todos os dias, há mais de dois anos eu recebo estes emails. Portanto, já faz parte da minha rotina vê-los em negrito no meu Inbox.
Mas hoje, ai, hoje eu decidi ler o conteúdo. O Tema das discussões e das próximas aulas aos domingos sagrados é "A Moral Sexual".
O email tem vídeo.
Tem Padre.
Tem apostila.
Tem sinos.
E eu, desejos de me tirar desta lista.
Mas daí me pergunto: Se me tirar, Deus castiga?
Thursday
Os dias correram como cavalos selvagens nas montanhas.
Foram dias que correram livres como um respirar aliviado.
Foram dias que fluíram como um mergulho no mar de sí mesma.
Foram dias que cavalgaram com a força de um longo, profundo e delicado caso de amor próprio.
Naquela manhã quis comprar mais livros de arte e enfeitar-se. Pintou o cabelo, comprou mais vermelho.
Falou mais alto e marcou mais passos. Disse verdades, declarações de amor. Entendeu amizade. Voltou a adolescência. Chorou baixinho e aprendeu um rezar diferente.
Recebeu amigos em casa. Abriu mais portas e deu mais caras a tapa.
Assumiu medos, defeitos e nós. Infinitos nós.
Nós coloridos, cinzas, pretos, brancos, grossos, finos, leves, rendandos, de lã, de linho, de tintas e giz de ceras.
Nós, infantis. Nós, adolescentes. Nós, adultos. Nós, velhos.
Nós mortos.
Para um dia renascer. Olhar o mar, rezar baixinho, pintar, dançar. Mais do que nunca, se recriar.
E foi a partir deste dia que todos os seguintes passaram a correr como cavalos selvagens nas montanhas.
Foram dias que fluíram como um mergulho no mar de sí mesma.
Foram dias que cavalgaram com a força de um longo, profundo e delicado caso de amor próprio.
Naquela manhã quis comprar mais livros de arte e enfeitar-se. Pintou o cabelo, comprou mais vermelho.
Falou mais alto e marcou mais passos. Disse verdades, declarações de amor. Entendeu amizade. Voltou a adolescência. Chorou baixinho e aprendeu um rezar diferente.
Recebeu amigos em casa. Abriu mais portas e deu mais caras a tapa.
Assumiu medos, defeitos e nós. Infinitos nós.
Nós coloridos, cinzas, pretos, brancos, grossos, finos, leves, rendandos, de lã, de linho, de tintas e giz de ceras.
Nós, infantis. Nós, adolescentes. Nós, adultos. Nós, velhos.
Nós mortos.
Para um dia renascer. Olhar o mar, rezar baixinho, pintar, dançar. Mais do que nunca, se recriar.
E foi a partir deste dia que todos os seguintes passaram a correr como cavalos selvagens nas montanhas.
Wednesday
De quando eu queria que fosse hoje.
Encontrei esse bilhete.
Está datado de um mês 9 perdido entre tantos outros já vividos. Por um segundo me alivio de pensar que esse cuidado nem faz tanto tempo assim, só pouco mais de um ano.
Já no segundo seguinte, me dou conta que faz... que faz tempo sim. Que esse mês 9 era de 2007 ou mesmo de 2005.
Penso em 2005. Seis, sete, oito, nove, dez, onze.
Saudade desse romantismo quase inocente em época de amadurescimento. Saudades de paixões declaradas, de receber flores no meio do trabalho. Da surpresa ao receber um cuidado, de achar alguém que tinha encanto e coragem suficientes para demonstrar.
Onde foi mesmo que perdi esses anos todos?
Onde foi mesmo que deixei a covardia alheia seduzir a esse ponto?
Onde foi que afastei as pessoas seguras, onde lancei-me em mares de dúvidas e convidei todos a navegar comigo? Onde foi que as certezas se esvaíram e olhares multiplicaram?
Onde foi que endureci?
Quais foram as minhas flores que deixei morrer?
Mais água. Viver mais a emoção.
Eu queria que esse dia 16, esse dia 17, fosse hoje.
Volta, Bobagem? Volta um pouco aqui pra mim que essa dureza toda tem me matado devagarzinho...
Friday
Feelings.
Quando você sente que hoje vai dar um problema e dá.
Quando você sente que ir não vai ser tão bom assim e não é.
Quando você sente que talvez não seja muito bem aquilo e não é mesmo.
Quando você sente que talvez esteja na contra-mão e de fato está.
Quando você se pergunta "Será que vou ficar louca?" ... é porque já está?
Quando você sente que ir não vai ser tão bom assim e não é.
Quando você sente que talvez não seja muito bem aquilo e não é mesmo.
Quando você sente que talvez esteja na contra-mão e de fato está.
Quando você se pergunta "Será que vou ficar louca?" ... é porque já está?
Monday
Escrito em Jet Lag.
Poderia ser mais um longo cansaço em minha vida.
Eu justificaria isso pela quantidade de danças, risadas, presenças, profundidades e tons auto-sarcásticos. Eu acrescentaria os olhares, falta ou presença de timmings e cuidados polidos.
Devo somar também cuidados com outros que nos levaram a subtrações.
E à nossa sub-atração de hoje.
A atração que foi se esvaindo, que virou ansiedade, que virou falta de foco, que virou segundo plano, que virou sub e não prima, que virou velada. Intocada.
Uma soma e muitas subtrações de horas tiveram como resultado a nossa sub-atração de hoje.
Proponho longo descanso.
Feche os olhos, solte o cinto, os papéis e esta borracha.
Porque vou reescrever duas determinadas pessoas.
E estas, quero que durem mais que a diferença de nossos fuso-horários, muito além de cansaços e estações finais.
Eu justificaria isso pela quantidade de danças, risadas, presenças, profundidades e tons auto-sarcásticos. Eu acrescentaria os olhares, falta ou presença de timmings e cuidados polidos.
Devo somar também cuidados com outros que nos levaram a subtrações.
E à nossa sub-atração de hoje.
A atração que foi se esvaindo, que virou ansiedade, que virou falta de foco, que virou segundo plano, que virou sub e não prima, que virou velada. Intocada.
Uma soma e muitas subtrações de horas tiveram como resultado a nossa sub-atração de hoje.
Proponho longo descanso.
Feche os olhos, solte o cinto, os papéis e esta borracha.
Porque vou reescrever duas determinadas pessoas.
E estas, quero que durem mais que a diferença de nossos fuso-horários, muito além de cansaços e estações finais.
Crossing roads in Madrid.
It's about who I am,
And where I wanna be.
It's about where I am,
And who I wanna be.
And where I wanna be.
It's about where I am,
And who I wanna be.
Thursday
Wednesday
A noite do Hotel Drake Longchamp.
Se eu não tivesse chegado aqui sozinha, o Hotel Drake Longchamp não pareceria tão mal assombrado.
Ou melhor, recomeçando: se eu não tivesse chegado aqui sozinha, Geneva não pareceria tão mal assombrada.
Uma desconhecida em um país que gosto. Gostamos.
Com um lago grande, frio e calmo.
Foi por isso que vim.
Mas na sua ausência, ele me dá medo. O banheiro parece mais feminino e faz com que eu me sinta há séculos passados de distância de você. Os azulejos decorados, o espelho sanfonado, o porcelanato rosa-antigo lembram-me a infância em Taubaté, e me dou conta de outras tantas distâncias.
Na bancada do quarto, o livro sobre a Arte da Hotelaria me faz rir e a assinatura xerocada de Ronald Regan me dá a certeza de que você riria comigo.
Daí me enrosco em risadas e cortinas, e vejo o Lago, de novo. Tão grande, tão frio e tão calmo.
Abro a janela e o frio nem é tão frio assim. São dois graus... pensar que já estivemos a zero de separação.
Deixo o silêncio da Suíça entrar no meu quarto, rezando ali no fundo do coração para ouvir um suspiro seu vindo da Áustria.
Deito na cama e as camas de solteiros juntas não me incomodam. Porque delas vejo a grandiosidade, o lago, as luzes e todas as minhas vontades refletidas em cada uma delas.
Vontades, seria no quarto do Hotel Drake Longchamp que você diria o quanto sentiu minha falta.
Seria aqui que te contaria todas as coisas que aconteceram na minha vida nos últimos seis meses. E o martírio, a loucura e o furacão que ela virou depois que você partiu. Seria aqui que você me ouviria como nenhuma outra pessoa quis ouvir.
Seria aqui onde eu assumiria que amo você.
Seria aqui que você se permitiria chorar. Seria aqui que eu me permitiria chorar.
Seria aqui que você voltaria atrás. Seria aqui que eu aceitaria.
Seria aqui que eu ligaria para minha família enquanto você seguraria minha mão, me dando realidade para descrever o tamanho da minha felicidade.
Seria aqui, no quarto do Hotel Drake Longchamp, de frente para o Lago Geneva, nesta noite de dois graus, onde eu finalmente entenderia o porquê você cruzou meu caminho.
Seria nesta noite.
Porque em todas as outras, eu não me conformo com a nossa grande, fria e calma separação.
Ou melhor, recomeçando: se eu não tivesse chegado aqui sozinha, Geneva não pareceria tão mal assombrada.
Uma desconhecida em um país que gosto. Gostamos.
Com um lago grande, frio e calmo.
Foi por isso que vim.
Mas na sua ausência, ele me dá medo. O banheiro parece mais feminino e faz com que eu me sinta há séculos passados de distância de você. Os azulejos decorados, o espelho sanfonado, o porcelanato rosa-antigo lembram-me a infância em Taubaté, e me dou conta de outras tantas distâncias.
Na bancada do quarto, o livro sobre a Arte da Hotelaria me faz rir e a assinatura xerocada de Ronald Regan me dá a certeza de que você riria comigo.
Daí me enrosco em risadas e cortinas, e vejo o Lago, de novo. Tão grande, tão frio e tão calmo.
Abro a janela e o frio nem é tão frio assim. São dois graus... pensar que já estivemos a zero de separação.
Deixo o silêncio da Suíça entrar no meu quarto, rezando ali no fundo do coração para ouvir um suspiro seu vindo da Áustria.
Deito na cama e as camas de solteiros juntas não me incomodam. Porque delas vejo a grandiosidade, o lago, as luzes e todas as minhas vontades refletidas em cada uma delas.
Vontades, seria no quarto do Hotel Drake Longchamp que você diria o quanto sentiu minha falta.
Seria aqui que te contaria todas as coisas que aconteceram na minha vida nos últimos seis meses. E o martírio, a loucura e o furacão que ela virou depois que você partiu. Seria aqui que você me ouviria como nenhuma outra pessoa quis ouvir.
Seria aqui onde eu assumiria que amo você.
Seria aqui que você se permitiria chorar. Seria aqui que eu me permitiria chorar.
Seria aqui que você voltaria atrás. Seria aqui que eu aceitaria.
Seria aqui que eu ligaria para minha família enquanto você seguraria minha mão, me dando realidade para descrever o tamanho da minha felicidade.
Seria aqui, no quarto do Hotel Drake Longchamp, de frente para o Lago Geneva, nesta noite de dois graus, onde eu finalmente entenderia o porquê você cruzou meu caminho.
Seria nesta noite.
Porque em todas as outras, eu não me conformo com a nossa grande, fria e calma separação.
Tuesday
A história de quem não pertencia.
Não demorou muito para cair em sí: tudo a sua volta estava caindo por terra.
Eram amigos que belamente decepcionavam, relacionamentos que não durariam mais uma manhã, casas que não satisfaziam, e empregos...bem... empregos que não se acertariam.
Era uma saudade de algo que nem sabia o que era. Justamente porque ela não mais pertencia àquilo que um dia teve.
Por não ter nada, teria que recomeçar do zero. Ou largar mão de vez.
Lembrou da astróloga dizendo:"Estás vivendo o melhor ano da sua vida!" Logo em seguida, quis desistir de tudo. Porque se esse era o melhor ano, rá, imagine o pior.
O gosto da boca era estranho, o corpo estava adoecido, o peito dolorido, o ego esquecido, o brilho apagado. As projeções mais nada diziam, por mais que ela insistisse que dalí sairia a resposta.
Um ano para qual muitas coisas ela disse "chega!". Um ano de muitos e muitos erros. Um ano de excessos, um ano de abusos. Um ano de abusos profissionais, mentais, sexuais, financeiros e físicos. Um ano de surpresas tristes, de negações pessoais. De laços soltos e revelações amargas. Um ano de expectativas e vazios. Um ano de buscas e encontros rasos.
Enfim um ano forçadamente que era mais ela, porque os outros já não correspondiam.
Eram amigos que belamente decepcionavam, relacionamentos que não durariam mais uma manhã, casas que não satisfaziam, e empregos...bem... empregos que não se acertariam.
Nunca quis tanto que o ano chegasse ao fim.
Porque pelo menos a isso, aos 'fins', ela ainda pertencia.
Eram amigos que belamente decepcionavam, relacionamentos que não durariam mais uma manhã, casas que não satisfaziam, e empregos...bem... empregos que não se acertariam.
Era uma saudade de algo que nem sabia o que era. Justamente porque ela não mais pertencia àquilo que um dia teve.
Por não ter nada, teria que recomeçar do zero. Ou largar mão de vez.
Lembrou da astróloga dizendo:"Estás vivendo o melhor ano da sua vida!" Logo em seguida, quis desistir de tudo. Porque se esse era o melhor ano, rá, imagine o pior.
O gosto da boca era estranho, o corpo estava adoecido, o peito dolorido, o ego esquecido, o brilho apagado. As projeções mais nada diziam, por mais que ela insistisse que dalí sairia a resposta.
Um ano para qual muitas coisas ela disse "chega!". Um ano de muitos e muitos erros. Um ano de excessos, um ano de abusos. Um ano de abusos profissionais, mentais, sexuais, financeiros e físicos. Um ano de surpresas tristes, de negações pessoais. De laços soltos e revelações amargas. Um ano de expectativas e vazios. Um ano de buscas e encontros rasos.
Enfim um ano forçadamente que era mais ela, porque os outros já não correspondiam.
Eram amigos que belamente decepcionavam, relacionamentos que não durariam mais uma manhã, casas que não satisfaziam, e empregos...bem... empregos que não se acertariam.
Nunca quis tanto que o ano chegasse ao fim.
Porque pelo menos a isso, aos 'fins', ela ainda pertencia.
Saturday
Thursday
Wednesday
Monday
Saturday
Wednesday
The Big Great Life Circle.
Comeu o pão que o Diabo amassou.
Lambuzou-se com doces que o Anjo açucarou.
Lambuzou-se com doces que o Anjo açucarou.
Natalia Magdalena, 121 days ago.
Dai fui para um apartamento
Que tava todo grafitado
E um monte de lata de spray no chão.
Fiz um PoodleMen e fui para o aeroporto.
Barcelona
Todo mundo abandonou alguma coisa para estar ali.
Que tava todo grafitado
E um monte de lata de spray no chão.
Fiz um PoodleMen e fui para o aeroporto.
Barcelona
Todo mundo abandonou alguma coisa para estar ali.
192 days ago.
Sabe o que ta acontecendo...?
Parece que eu esvaziei. Parece que eu deixei de lado meu alimento principal, o conteúdo, porque desde que vocês se foram... Eu não tive mais com quem trocar... Para quem preparar, a quem servir.
Parece que eu esvaziei. Parece que eu deixei de lado meu alimento principal, o conteúdo, porque desde que vocês se foram... Eu não tive mais com quem trocar... Para quem preparar, a quem servir.
Monday
Tuesday
Mas hoje eu senti saudade.
Hoje quando as meninas saíram de casa, depois de aprovarem o apê, eu quis te contar.
Eu fiz o meu email mental para você, escolhi as frases e as conclusões. Pensei nas interjeições e na conclusão positiva de tudo que é novo, como eu sempre fazia neles.
Mas daí me deu uma tristeza, porque quando ele estava quase inteirinho pronto na minha cabeça.... eu tive de deletá-lo.
Porque não ia escrever. Porque não ia contar. Porque você não ia saber. E por mais que ambos estejamos vivendo momentos de vida muito similares, por mais que ambos estejamos fazendo novas malas e se desfazendo de antigos móveis, você não iria saber. Você não iria ler. Você não iria me sentir. Porque eu não ia dividir.
E isso me deu uma tristeza.
Porque as minhas conclusões positivas não sairiam da minha boca com o orgulho e o brilho nos olhos que antes saíam quando elas sabiam que alcançariam você.
Hoje quando as meninas saíram de casa, depois de aprovarem o apê, eu tomei um banho quente. Eu lavei o cabelo com o Shampoo europeu. Eu escolhi a roupa três vezes e optei pela qual me valoriza mais. Eu usei maquiagem. Eu escolhi ir de sapato novo. Eu me enebriei do perfume favorito.
Eu sentei na frente do computador.
Eu trabalhei.
Eu fiz para meu futuro ano.
Eu liguei e fui a pessoa mais doce do mundo.
Eu busquei paz na minha própria voz.
Eu tive que me ouvir.
Mas hoje.
Hoje.
Hoje eu senti saudade.
(and i wish you could feel that too.)
Eu fiz o meu email mental para você, escolhi as frases e as conclusões. Pensei nas interjeições e na conclusão positiva de tudo que é novo, como eu sempre fazia neles.
Mas daí me deu uma tristeza, porque quando ele estava quase inteirinho pronto na minha cabeça.... eu tive de deletá-lo.
Porque não ia escrever. Porque não ia contar. Porque você não ia saber. E por mais que ambos estejamos vivendo momentos de vida muito similares, por mais que ambos estejamos fazendo novas malas e se desfazendo de antigos móveis, você não iria saber. Você não iria ler. Você não iria me sentir. Porque eu não ia dividir.
E isso me deu uma tristeza.
Porque as minhas conclusões positivas não sairiam da minha boca com o orgulho e o brilho nos olhos que antes saíam quando elas sabiam que alcançariam você.
Hoje quando as meninas saíram de casa, depois de aprovarem o apê, eu tomei um banho quente. Eu lavei o cabelo com o Shampoo europeu. Eu escolhi a roupa três vezes e optei pela qual me valoriza mais. Eu usei maquiagem. Eu escolhi ir de sapato novo. Eu me enebriei do perfume favorito.
Eu sentei na frente do computador.
Eu trabalhei.
Eu fiz para meu futuro ano.
Eu liguei e fui a pessoa mais doce do mundo.
Eu busquei paz na minha própria voz.
Eu tive que me ouvir.
Mas hoje.
Hoje.
Hoje eu senti saudade.
(and i wish you could feel that too.)
Friday
Wednesday
Saturday
Aura.
eu estava postergando.
mas é quase impossível não verbalizar.
porque eu não verbalizei esses dias todos, esses últimos cinco dias todos...
tem uma dor aqui perto, bem perto do coração, entre a pele e a carne.
uma dor da amiga de alma, uma das tão raras, ter ido morar longe.
mas não um longe de 'te vejo daqui três ou seis meses'. um longe de três anos ou mais.
um longe de uma distância que nem sei mesmo ao certo qual é, mas eu juro pra você que essa dor me caiu diferente.
e diferente de todas as distâncias que você lê aqui.
é uma distância de dor e repleta de amor.
e de felicidades: porque assim, aqui, eu ajeito meus parênteses para também seguir com meus próprios sonhos e realidades.
mas, Aura, me dói entre a pele e uma carne que tá cheia de sangue de uma saudade de sabe-se-deus-o-porquê-fez-se-tão-real.
e a saudade existe, a respeito e por isso a escrevo.
a ida d'ela Déa, de um pedaço d'alma, do amor na inteligência, da afinidade no olhar, da cumplicidade do abraço, das frases cuspidas de dentro, do companheirismo do breve telefonema, do riso descompromissado, do sorriso de dentro.
e da risada que me revela viva...
... a de uma presente ida me dói.
ao mesmo tempo que é tão linda.
ao mesmo tempo que é tão viva.
ao mesmo tempo que é tão meu amor carregado junto numa bagagem para novas histórias.
ao mesmo tempo que é a simplicidade de uma amizade que amarra tudo.
e que será mentira se eu disser a você que minha vida continua igual.
porque ela simplesmente não continua:
ela renasce.
porque assim me reconheço em minha própria vida que me responde: é mesmo LINDA a beleza da SIMPLICIDADE.
mas é quase impossível não verbalizar.
porque eu não verbalizei esses dias todos, esses últimos cinco dias todos...
tem uma dor aqui perto, bem perto do coração, entre a pele e a carne.
uma dor da amiga de alma, uma das tão raras, ter ido morar longe.
mas não um longe de 'te vejo daqui três ou seis meses'. um longe de três anos ou mais.
um longe de uma distância que nem sei mesmo ao certo qual é, mas eu juro pra você que essa dor me caiu diferente.
e diferente de todas as distâncias que você lê aqui.
é uma distância de dor e repleta de amor.
e de felicidades: porque assim, aqui, eu ajeito meus parênteses para também seguir com meus próprios sonhos e realidades.
mas, Aura, me dói entre a pele e uma carne que tá cheia de sangue de uma saudade de sabe-se-deus-o-porquê-fez-se-tão-real.
e a saudade existe, a respeito e por isso a escrevo.
a ida d'ela Déa, de um pedaço d'alma, do amor na inteligência, da afinidade no olhar, da cumplicidade do abraço, das frases cuspidas de dentro, do companheirismo do breve telefonema, do riso descompromissado, do sorriso de dentro.
e da risada que me revela viva...
... a de uma presente ida me dói.
ao mesmo tempo que é tão linda.
ao mesmo tempo que é tão viva.
ao mesmo tempo que é tão meu amor carregado junto numa bagagem para novas histórias.
ao mesmo tempo que é a simplicidade de uma amizade que amarra tudo.
e que será mentira se eu disser a você que minha vida continua igual.
porque ela simplesmente não continua:
ela renasce.
porque assim me reconheço em minha própria vida que me responde: é mesmo LINDA a beleza da SIMPLICIDADE.
Wednesday
nestes seis últimos dias.
com os pés no chão e saudade de mim mesma.
numa intensidade de pessoas e notícias, chegar em casa é aliviante.
com a melhor amiga indo morar fora, quase me arrumando para dar um beijo bonito de até logo.
com os planos que existem e outros que surgirão.
sentada no sofá com a realidade ao lado.
sem fazer sala, sem ter fala. no silêncio.
onde acho de novo meu conforto.
onde estar sozinha é valioso.
onde escrever me lembra quem sou.
quem amo e para onde vou.
comigo.
com amigos.
mas é na minha própria língua, cidade e felicidade que encontro meu eu.
nestes seis últimos dias de setembro de dois mil e dez, nunca revisitei tanto e amei tanto minhas próprias raízes.
numa intensidade de pessoas e notícias, chegar em casa é aliviante.
com a melhor amiga indo morar fora, quase me arrumando para dar um beijo bonito de até logo.
com os planos que existem e outros que surgirão.
sentada no sofá com a realidade ao lado.
sem fazer sala, sem ter fala. no silêncio.
onde acho de novo meu conforto.
onde estar sozinha é valioso.
onde escrever me lembra quem sou.
quem amo e para onde vou.
comigo.
com amigos.
mas é na minha própria língua, cidade e felicidade que encontro meu eu.
nestes seis últimos dias de setembro de dois mil e dez, nunca revisitei tanto e amei tanto minhas próprias raízes.
Monday
Saturday
Post para um dos melhores presentes da Vida.
Uma das pessoas que mais amo pra sempre.
Que eu fiz questão de passar meu aniversário rindo e dividindo mãos, planos e energias bonitas.
Que acabou de ter a experiência de Vida Própria mais valiosa dessa jornada.
E que me dá o prazer de ouvir. Que sabe dividir.
E de ser Amigo para sempre.
Lisonjeada. Abençoada.
Monday
Vienna. For The Arts.
The lines I trace with my feet walking in the museum are more important and more beautiful than the lines I find there hung up on the wall.
Tuesday
Divisor de águas.
então disse.
a sensação foi libertadora.
veio como uma dor que precisava ser curada há tempos, muito mais do que o tempo da relação deles.
assumiu, e assumiu com vontade.
quando a frase estava subindo, mais ou menos na altura da garganta, sentiu um frio na barriga. vertigem, medo. e um frio geral, daqueles sentidos quando se está quase caindo no sono.
talvez porque quisesse que aquilo fosse um sonho, pra não ter que se responsabilizar por suas atitudes.
o corpo a protegia. o corpo sempre a protegia.
parecia que ele inventava tremedeira, medo e ansiedade nas horas certas só para ela não ter de soltar seu freio de mão.
mas soltou.
a frase veio e veio com vontade. elaborada, sentida, acompanhada de gestos de mãos e coragem de olhar para ele. dessa vez, ela teve. olhou-o nos olhos e despiu-se.
sentiu-se nua não pela revelação do dizer, mas pela leveza. como se tirasse casacos e casacos, proteções e proteções, revelou a possibilidade do Amor em sí, aquilo que já estava engasgado e amedrontado e em seu escuro a tanto tempo.
ele olhou-a, como quem pede mais.
e então ela disse mais.
trouxe detalhes e até as semanas passadas.
contou dos sinais físicos, contou dos textos mentais, contou do medo de ficar mais cinco minutos.
e nesse momento, embalou lindamente: 'no sexto minuto saí porque você me dá vontade de querer escrever. de pintar. de me expressar. de colocar pra fora esse sentimento tão lindo que tenho aqui dentro, e toda vez que te vejo, é tão bonito o que sinto que não é justo com o mundo eu guardar só para mim...
todo mundo devia ter acesso a isso, porque é nobre demais pra ser escondido...
e quando eu sinto, quer dizer que estou viva... e naquele sexto minuto me dei conta do quanto ainda gostava de você: quis sair e escrever a noite inteira.
e isso, isso é vida pra mim...
você me dá vontade de querer viver.
e há tanto tempo."
ele emudeceu. ela aliviou. e disse que precisava ir.
os dois pararam.
não sei para onde foram.
não sei para onde iriam.
não sei onde guardarão um ao outro. não sei nem como hoje guardarão pessoas ao invés de fantasmas com metros de altura.
mas aceitaram que estão no mesmo nível.
aceitaram que são medrosos.
aceitaram o susto.
aceitaram o gosto doce.
aceitaram o gosto amargo.
a condição de humano.
humildes, prometeram dizer a verdade.
e naquela noite, chorariam diamantes como um rito de passagem.
a sensação foi libertadora.
veio como uma dor que precisava ser curada há tempos, muito mais do que o tempo da relação deles.
assumiu, e assumiu com vontade.
quando a frase estava subindo, mais ou menos na altura da garganta, sentiu um frio na barriga. vertigem, medo. e um frio geral, daqueles sentidos quando se está quase caindo no sono.
talvez porque quisesse que aquilo fosse um sonho, pra não ter que se responsabilizar por suas atitudes.
o corpo a protegia. o corpo sempre a protegia.
parecia que ele inventava tremedeira, medo e ansiedade nas horas certas só para ela não ter de soltar seu freio de mão.
mas soltou.
a frase veio e veio com vontade. elaborada, sentida, acompanhada de gestos de mãos e coragem de olhar para ele. dessa vez, ela teve. olhou-o nos olhos e despiu-se.
sentiu-se nua não pela revelação do dizer, mas pela leveza. como se tirasse casacos e casacos, proteções e proteções, revelou a possibilidade do Amor em sí, aquilo que já estava engasgado e amedrontado e em seu escuro a tanto tempo.
ele olhou-a, como quem pede mais.
e então ela disse mais.
trouxe detalhes e até as semanas passadas.
contou dos sinais físicos, contou dos textos mentais, contou do medo de ficar mais cinco minutos.
e nesse momento, embalou lindamente: 'no sexto minuto saí porque você me dá vontade de querer escrever. de pintar. de me expressar. de colocar pra fora esse sentimento tão lindo que tenho aqui dentro, e toda vez que te vejo, é tão bonito o que sinto que não é justo com o mundo eu guardar só para mim...
todo mundo devia ter acesso a isso, porque é nobre demais pra ser escondido...
e quando eu sinto, quer dizer que estou viva... e naquele sexto minuto me dei conta do quanto ainda gostava de você: quis sair e escrever a noite inteira.
e isso, isso é vida pra mim...
você me dá vontade de querer viver.
e há tanto tempo."
ele emudeceu. ela aliviou. e disse que precisava ir.
os dois pararam.
não sei para onde foram.
não sei para onde iriam.
não sei onde guardarão um ao outro. não sei nem como hoje guardarão pessoas ao invés de fantasmas com metros de altura.
mas aceitaram que estão no mesmo nível.
aceitaram que são medrosos.
aceitaram o susto.
aceitaram o gosto doce.
aceitaram o gosto amargo.
a condição de humano.
humildes, prometeram dizer a verdade.
e naquela noite, chorariam diamantes como um rito de passagem.
Monday
Trinta e Trinta e Um.
Eu acredito em timing.
Eu acredito na força da memória.
Eu acredito na vontade de te escrever pra te contar que ontem fez um mês que te conheci, e que desde então pensei em você quase todos os dias.
Hoje eu fiquei tão feliz que eu quis muito te apresentar pra minha família. Mesmo ilusoriamente, isso já me mostrou que dei um ótimo passo.
Hoje eu comemorei o dia desde que acordei, só porque eu sabia que ia te encontrar.
Eu fiz de hoje o nosso dia, garantindo que não precisava de mais nada.
Acordei tarde, dormi cedo, porque a tarde foi bonita demais. Vinte e quatro horas já estavam completas e preenchidas, recheadas de mim mesma feliz.
Eu acredito no dia que te conheci.
Mas mais do que isso, eu acredito que reconheci.
Eu acredito na força da memória.
Eu acredito na vontade de te escrever pra te contar que ontem fez um mês que te conheci, e que desde então pensei em você quase todos os dias.
Hoje eu fiquei tão feliz que eu quis muito te apresentar pra minha família. Mesmo ilusoriamente, isso já me mostrou que dei um ótimo passo.
Hoje eu comemorei o dia desde que acordei, só porque eu sabia que ia te encontrar.
Eu fiz de hoje o nosso dia, garantindo que não precisava de mais nada.
Acordei tarde, dormi cedo, porque a tarde foi bonita demais. Vinte e quatro horas já estavam completas e preenchidas, recheadas de mim mesma feliz.
Eu acredito no dia que te conheci.
Mas mais do que isso, eu acredito que reconheci.
Propósito.
"Kunst 1st"
Quando eu esquecer, se eu esquecer, eu quero lembrar disso.
Essa é a razão, esse é o pulso mais forte que meu coração bate. É por isso que eu volto, é para isso que sempre volto, é a arte que tenho dentro de mim que precisa escapar. E só eu sei o que é sentir batendo quente aqui dentro. Todos os dias.
Me dá vida.
E vida dá vida.
E vida dá vida.
Domingo, 01 de Agosto de 2010.
Quando eu esquecer, se eu esquecer, eu quero lembrar disso.
Essa é a razão, esse é o pulso mais forte que meu coração bate. É por isso que eu volto, é para isso que sempre volto, é a arte que tenho dentro de mim que precisa escapar. E só eu sei o que é sentir batendo quente aqui dentro. Todos os dias.
Me dá vida.
E vida dá vida.
E vida dá vida.
Domingo, 01 de Agosto de 2010.
Tuesday
Smooth.
Engraçado.
Estava me trocando, no bazar das amigas, e de repente lembrei de você. Out of the blue, pensei que talvez pudesse chegar em casa e encontrar um email seu.
Sorri.
Fui ao espelho e estava até mais bonita.
Levei o vestido.
*smooth |smoōð|
adjective
having an even and regular surface or consistency
adverb archaic
in a way that is without difficulties.
Saturday
Sunday
Monday
Silêncio.
Um belo silêncio seu deu espaço
para outras coisas acontecerem.
...
E elas aconteceram.
...
Mas gostava mais da minha rotina
Com o seu barulho batendo aqui dentro.
para outras coisas acontecerem.
...
E elas aconteceram.
...
Mas gostava mais da minha rotina
Com o seu barulho batendo aqui dentro.
Wednesday
Sunday
Thursday
Bogotá, Páscoa de 2010. Sozinha.
E daí tem aqueles dias que você sabe que vai encontrar o que quer.
Simples como um cafe, gostoso como novos amigos.
Estou muito feliz de ter vindo.
Simples como um cafe, gostoso como novos amigos.
Estou muito feliz de ter vindo.
Tuesday
Monday
Wednesday
Tuesday
porque eu gosto mais.
'eu gosto mesmo é de demorar um pouquinho...'
você não devia.
não devia ter comecado o email com essa frase.
não, jamais, em hipótese alguma.
porque ela me caiu muito bem.
caiu com um conforto delicioso e uma vontade de você devagar que só aumentaram.
você, definitivamente, não devia.
porque assim, assim, eu gosto mais ainda.
você não devia.
não devia ter comecado o email com essa frase.
não, jamais, em hipótese alguma.
porque ela me caiu muito bem.
caiu com um conforto delicioso e uma vontade de você devagar que só aumentaram.
você, definitivamente, não devia.
porque assim, assim, eu gosto mais ainda.
Saturday
Em algum lugar.
faltava.
parecia que faltava um pedaço importante e que sempre esteve ali.
não se emocionava mais olhando um quadro, não palpitava o peito quando pisava na galeria. viu o filme e não viu nada. leu a frase e não lacrimejou.
tinha tanta coisa congestionada dentro de sí, que tudo externo parecia a via expressa da marginal em dia de feriado: rápido e borrado.
a casa estava vazia e já fazia tempo. chegar lá já não era nenhuma novidade e ela, por sí só, já não a transmitia nada.
e por isso começou diariamente, quando saía para viver, a bater os próprios bolsos a procurar.
não encontrou e amedrontou-se com a idéia de ter perdido.
ter perdido a emoção.
o brilho no olhar.
o tesão.
a água na boca.
a esperança.
estava lentamente se desfazendo do casamento que propôs consigo própria ao mudar de casa, bairro e rotina. aproveitou o boom de constatações - começado pelo fato de que não se adaptara e sentia-se extremamente só no primeiro andar - e mudou também de emprego.
como resposta do universo, amigos mudavam-se também. iam para longe e por muito tempo.
perdera a emoção. a alegria estava não-sei-onde. tentou resgatar arduamente onde deixara a paixão. onde será que perdera a paixão...?
encontrando uma paixão por sí, tudo voltaria ao normal.
e o mais interessante era: gostava-se.
o vazio eterno era por ser dura demais consigo, e ter a cabeça eternamente racional. precisava de uma interlocução a altura para deixar-se emocionar ao olhar no espelho.
precisava desesperadamente de alguém a altura.
um grupo.
pensou nos netos que queria ter, só para contar-lhes sua própria história.
Wednesday
Este é feito especialmente para você.
Parecia que não ia chegar nunca.
Eu esperei tanto por este momento, mas tanto, que tinha até esquecido da cor e do cheiro mentalmente programados para quando chegasse.
Hoje eu posso dizer com tranquilidade no coração que você não é e nem vai ser a pessoa que eu quero para compartilhar a vida comigo.
Parece que esperei dois anos e muitos relacionamentos dividida entre o você aqui de dentro e as pessoas reais comigo, lá fora. E você, de uma certa forma, sempre ganhava.
Não ganha mais.
Parece que tive que voltar quase dois anos atrás, sentir você de novo com suas desculpas e meus ouvidos alertas. Hoje, muito mais sóbrios e afiados do que já foram.
No domigo de manhã eu te matei, meu anjo.
Eu te matei aqui dentro e te agradeço profundamente.
Tuas palavras escolhidas a dedos me soaram tão opostas daquilo que tenho em mim, daquilo que sou que... que... você me deu uma arma. E desta vez, eu atirei confiante e acertei em cheio.
Não sei quem de fato és e, pelo que conversamos, pelas coisas que eu te disse que fizeram-te assumir a minha razão, acho que também não sabes. E talvez, nem tivesse te dado conta.
Penso assim, e assim não pega tão mal para sua não-presença.
Que já não me fazia falta. Que já não é surpresa.
Estou livre de nós, daqueles possíveis nós. Acabou. Defini aqui dentro onde é o seu lugar: fora. Fora da minha vida. Parece que não existe mais sentido pra guardar uma história em uma manga. Não tenho mais medo da vida e não vejo, definitivamente, em você um escudo ou proteção. Nossas fidelidades não são as mesmas. Parecia que o nosso não ia chegar nunca e agora temos o nosso grande divisor de águas.
Na manhã deste domingo já passado, vi na sinceridade de suas palavras a covardia mais pura e doce que existe: a de garotos.
Foi um dia muito importante para nós.
O dia em que finalmente arranquei você de mim. Fechei e tranquei meu portão.
Você não entra mais.
Eu esperei tanto por este momento, mas tanto, que tinha até esquecido da cor e do cheiro mentalmente programados para quando chegasse.
Hoje eu posso dizer com tranquilidade no coração que você não é e nem vai ser a pessoa que eu quero para compartilhar a vida comigo.
Parece que esperei dois anos e muitos relacionamentos dividida entre o você aqui de dentro e as pessoas reais comigo, lá fora. E você, de uma certa forma, sempre ganhava.
Não ganha mais.
Parece que tive que voltar quase dois anos atrás, sentir você de novo com suas desculpas e meus ouvidos alertas. Hoje, muito mais sóbrios e afiados do que já foram.
No domigo de manhã eu te matei, meu anjo.
Eu te matei aqui dentro e te agradeço profundamente.
Tuas palavras escolhidas a dedos me soaram tão opostas daquilo que tenho em mim, daquilo que sou que... que... você me deu uma arma. E desta vez, eu atirei confiante e acertei em cheio.
Não sei quem de fato és e, pelo que conversamos, pelas coisas que eu te disse que fizeram-te assumir a minha razão, acho que também não sabes. E talvez, nem tivesse te dado conta.
Penso assim, e assim não pega tão mal para sua não-presença.
Que já não me fazia falta. Que já não é surpresa.
Estou livre de nós, daqueles possíveis nós. Acabou. Defini aqui dentro onde é o seu lugar: fora. Fora da minha vida. Parece que não existe mais sentido pra guardar uma história em uma manga. Não tenho mais medo da vida e não vejo, definitivamente, em você um escudo ou proteção. Nossas fidelidades não são as mesmas. Parecia que o nosso não ia chegar nunca e agora temos o nosso grande divisor de águas.
Na manhã deste domingo já passado, vi na sinceridade de suas palavras a covardia mais pura e doce que existe: a de garotos.
Foi um dia muito importante para nós.
O dia em que finalmente arranquei você de mim. Fechei e tranquei meu portão.
Você não entra mais.
Construções.
Success is always temporary. When all is said and done, the only thing you'll have left is your character.
~Vince Gill~
~Vince Gill~
Monday
Ida, Vida.
'Tente lembrar quais eram os planos
Se nada mudou com o passar dos anos'
mapa mundi, by thiago pethit.
Se nada mudou com o passar dos anos'
mapa mundi, by thiago pethit.
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